Léo Péricles: o candidato preto à Presidência da República do Brasil
- por Nayara de Deus
Léo Péricles em plenária da UP em Caruaru (Imagem: Reprodução | Acessa Caruaru | Carlos Recúpero)
Qual é a do candidato que conseguiu registrar o único partido popular sob a legislação de uma cultura partidariamente excludente?
Nayara de Deus é de Santo André, no ABC paulista. Jornalista, mestre de cerimônias e apresentadora, se autodefine ‘comunicadora’ e a maior parte de sua carreira tem sido marcada pela escrita.
Filha de Lúcia de Deus, professora de língua portuguesa e literatura, traz no currículo passagens pelas editorias de Política e Cidades em jornais impressos e atuação na comunicação corporativa, voltado ao público interno, de empresas multinacionais. Seu maior prazer profissional, no entanto, é o jornalismo social, ativista.
Bom mesmo é ter uma terceira via legítima, não essas, que querem nos impor uma falsa ideia de renovação.
Legítimo, é contar com um candidato que tem a nossa cor e que ilustra a atual condição da maior parte dos brasileiros.
Leonardo Péricles, o Léo, é técnico em eletrônica e mecânico de manutenção de máquinas e, até pouco tempo, como muitas pessoas na conjuntura atual, dependia de bicos para sobreviver.
O primeiro candidato à Presidência da República pelo partido Unidade Popular pelo Socialismo (UP) é mineiro, da capital, Belo Horizonte (BH). Mora na comunidade Eliana Silva e tem 40 anos. Pensa no semblante de um cara “boa praça”, com olhar meigo e cadência gostosa de fala!
Luta pela posse
Sua mais recente tentativa de reintegração de posse dos espaços de poder, que nos foram roubados, aconteceu em 2020 e lhe rendeu o quarto lugar nas disputas eleitorais como vice-prefeito de BH, na chapa de Áurea Carolina, do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade, com 103 mil votos.
O UP é, aliás, o mais novo partido político do Brasil, registrado em 2019. Claro que esta informação já impõe a Léo – que é também presidente nacional da sigla – uma série de desafios. Com a cláusula de barreira, por exemplo, o candidato terá menos tempo de aparição nas TVs e rádios. E este é apenas um dos resultados de uma legislação perversa desenhada pelo branco para que partidos populares se apresentem com mais dificuldade na política.
E tudo bem. Até porque sabemos que nossa jornada exige muito mais de nós do que da branquitude. No entanto, essa candidatura, por si só, já é vitoriosa.
Seu maior opositor, o atual presidente da República, por exemplo, teve negado o registro do partido que tentou emplacar, mesmo com o apoio de grandes empresários, donos de cartórios, parlamentares e pastores de conglomerados religiosos com fins lucrativos.
O UP é o único partido que conseguiu se registrar sob essa legislação. E isso, com o trabalho de base de lideranças populares. Pisando no barro, conversando com cada cidadão, com cada cidadã, olhando nos olhos – método que jamais deveria ter sido abandonado pela esquerda brasileira – se conseguiu a adesão de mais de 1,2 milhão de pessoas para que o partido, enfim, pudesse existir.
Mas se você entende que tudo isso ainda não credencia Léo Péricles para a disputa das eleições, em 2 de outubro de 2022, entenda as suas principais propostas.
Metas UP
Léo pretende trabalhar por reformas que mexam com a estrutura arcaica que intensificou a distância entre pobres e ricos, especialmente após a indesejada surpresa pandêmica de 2020 do coronavírus.
Para resolver a profunda crise econômica sem expectativas de fim – ainda que a máquina administrativa volte às mãos de homens brancos das chamadas linhas “progressistas” (aqueles que se recusam a investir seus capitais políticos na promoção de lideranças de base, sobretudo de mulheres pretas), o candidato se propõe a:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) Suspender o pagamento da dívida pública e investir o dinheiro em projetos sociais, para que o país saia da profunda crise econômica que trouxe a situação de insegurança alimentar a mais da metade da população – mais de 20 milhões de pessoas permanecem sem ter o que comer por mais de 24 horas.
Entenda:
A dívida pública foi paga e contraída contra os interesses do povo brasileiro. Quem ganha com ela são banqueiros e todo um sistema de agiotagem nacional e internacional que consome mais da metade do orçamento do país.
Os dados são da própria Secretaria Geral da Presidência que previu que entre o R$1.9 trilhão dos R$4.7 trilhões do orçamento do Brasil,praticamente metade vai para o refinanciamento da dívida. Outros R$ 573 bilhões vão para o pagamento de juros e amortização.
Ou seja, não somos um país pobre. Poderíamos entregar 318 mil UPA’s – Unidades de Pronto Atendimento à população, se considerarmos o valor de R$ 1,8 milhão para construir cada unidade – os dados são da Prefeitura de Betim, cidade da região metropolitana de BH.
É nesse contexto que Léo Péricles pretende suspender o pagamento da dívida pública, uma ação prevista na Constituição, e investir o dinheiro em projetos sociais,com vistas ao desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária e justa.
Tal proposta inclui geração de empregos na construção de moradias e adequação dos prédios abandonados nos centros das grandes cidades – que podem ser desapropriados para cumprirem as devidas funções sociais propostas – teto para as pessoas de baixa renda.E, ainda, investimento em saneamento básico e em todos os setores sociais estratégicos como Saúde e Educação.
b) Taxar as grandes fortunas: outra ação prevista em nossa Constituição.
Quais os motivos para isso?
Entenda:
Segundo o IBGE – dados de 2019, 70% dos brasileiros ganham até dois salários mínimos. Quer dizer, R$ 1.871,00.
Quando falamos da renda média das pouquíssimas pessoas (claro!) que estão entre os 5% mais ricos no Brasil, o valor mensal sobe para R$ 10.313,00, de acordo com os dados da Pnad Contínua, que é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, feita periodicamente, em 2019.
Detalhe: no recorte para a população adulta que ganha R$ 28.659,00 por mês ou mais está apenas 1% da população.
A ideia do candidato é que justamente esse 1% de brasileiros possa compartilhar parte de seus rendimentos em benefícios sociais para todo o país. Entre eles, inclusive, estão muitos que recebem dinheiro público, nosso, como desembargadores da Justiça e deputados federais, com salários brutos acima dos R$ 30.000,00, sem contar os benefícios extras que chegam a duplicar o valor no holerite ou contracheque.
É necessário – e urgente – discutir a participação ativa do povo no processo democrático. E nós, pretos, somos as melhores escolhas.
Léo Péricles está nas redes sociais. Informe-se. Siga o candidato preto à Presidência da República.
Twitter: @LeoPericlesUP
Instagram: @leonardopericles.oficial
Facebook: @leonardopericles.oficia
Acompanhe nossa edição aberta Eleições Negras 2022, o negro e a política, com nossa história desde os primeiros eleitos, a luta para tomar posse, passando pelas eleições históricas de 2020 e todo o ativismo de nossa jornada por nos fazer representar em todas esferas do poder.
#EleiçõesNegras2022
#VotePreto
#VotePreta
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Compartilhe com a sua rede: