Pesquisadora, a partir de um estudo para entender a lógica de se tecer tranças, identifica e detalha padrões geométricos de vários tipos de tranças encontrados na natureza e cria atividades em sala de aula para os alunos entenderem a disciplina a partir dos penteados afro .

Sob o nome de solteira, Gloria C. Ford, ela é co-autora dos dois primeiros artigos, sem tese de doutorado, publicados por uma mulher afro-americana. Na época, ela era bacharel em Ciências, pela Morgan State University, na turma de 1949. No início dos anos 1980, se tornou a primeira negra no conselho de administração da Mathematics Association of America.
Líder no campo da Etnomatemática, é co-fundadora e primeira presidente do Conselho Executivo do Grupo Internacional de Estudos sobre Etnomatemática, o qual presidiu de 1985 a 1996, com foco em aumentar a compreensão sobre a diversidade cultural das práticas matemáticas e aplicar esse conhecimento.
E mais: em 1993, ela é a primeira negra a homenagear os primeiros negros que obtiveram doutorado em matemática, na “Palestra Cox-Talbot”, da Associação Nacional de Matemáticos, instituída em 1990.
Cox e Talbot
O primeiro negro doutor em Matemática é Elbert Frank Cox é o primeiro. Conquista o título em 1925 pela Universidade de Cornell. Atua como presidente do Departamento de Matemática da Howard University, de 1955 a 1961. Desde 1975, seu antigo departamento mantém o Fundo de Bolsas de Estudo Elbert F. Cox para incentivar alunos negros de graduação a seguirem estudando matemática na pós-graduação. Vive de 1895 a 1969.
Walter Richard Talbot é o quarto negro doutor em Matemática. O feito acontece em 1935 pela Universidade de Pittsburg. Ele trabalha como presidente e professor de matemática na Morgan State University e também empresta seu nome a um programa de bolsas.
Especialista
Depois do bacharelado pioneiro em Ciências, Gilmer fez mestrado em Matemática, na Universidade da Pensilvânia, e doutorado em Administração da Educação, na Marquette University.

Sua especialização é em etnomatemática, o estudo das diferenças culturais nas diferentes formas de conhecimento, a partir da análise das práticas matemáticas. O entendimento é que as práticas matemáticas incluem, além de sistemas simbólicos e formais, projetos espaciais, técnicas práticas de construção, métodos de cálculo, medição no tempo e no espaço, formas específicas de raciocínio, de dedução e outras atividades cognitivas e materiais.
Atualmente, existem amplas evidências de que pessoas em todas as sociedades inventam seu próprio modo de fazer matemática, independentemente de seu nível tecnológico ou do que podem ter aprendido na escola.
Líder de campo
Descrita como “líder no campo”, por Scott W. Williams, um professor de matemática na SUNY Buffalo, Gilmer lidera pesquisa em Nova York e Baltimore, Gilmer e seus assistentes – Stephanie Desgrottes, de 14 anos, e a professora Mary Potter – observam e entrevistam cabeleireiros e clientes nos salões das duas cidades, para entender a lógica de se tecer tranças como um fazer matemático.
Embora esses cabeleireiros, no geral, não pensem no que fazem como matemático, em sua pesquisa, ela identifica e detalha os muitos padrões matemáticos de vários tipos de tranças e como esses padrões são encontrados na natureza.
Os hexágonos de mosaico encontrados em tranças, por exemplo, se assemelham à carne de abacaxi e aos favos de mel nas colmeias.

Como educadora, ela usa esses resultados para criar atividades em sala de aula para os alunos entenderem a matemática a partir dos penteados afro.
Carreira de sucesso
Gilmer trabalha como matemática em balística externa com o Exército dos Estados Unidos. De 1981 a 1984, é associada de pesquisa do Office of Educational Research and Improvement no Departamento de Educação.
Ensina em escolas públicas, faculdades e universidades, incluindo a Universidade de Atlanta, onde dirige o programa de ensino médio criado para incentivar os estudantes negros a aprenderem sobre carreiras em matemática.
De 1985 a 1996, preside o Grupo Internacional de Estudos sobre Etnomatemática, de promoção do ensino e da aprendizagem da matemática em contextos culturais.
Presidente ao cubo
Também em 1985, assume, de uma só vez, a presidência da Associação Conjunta de Matemática da América, da Sociedade Americana de Matemática e da Associação Americana para o Comitê de Avanço da Ciência sobre Oportunidades em Matemática para Minorias Sub-representadas.
Entre as muitas atividades patrocinadas pelo último grupo, o esforço que leva ao desenvolvimento do projeto “Como fazer a matemática funcionar para as minorias”, do Conselho de Educação em Ciências Matemáticas.
Em 2008, Gilmer assume a presidência da Math-Tech – corporação que visa obter novos materiais de pesquisa e criar currículos de matemática mais eficazes, voltados, em especial, para mulheres e minorias -, hoje comandada por sua filha.
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Nossa pioneira vive de 28 de junho de 1928. a 25 de agosto de 2021 e, um ano após a sua morte se torna a primeira mulher matemática negra a ter seus artigos arquivados na Divisão de Manuscritos da Biblioteca do Congresso Nacional dos Estados Unidos.
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Fontes: en.wikipedia.org, agnesscot, mathbufalo, nam-math
Escrito em 7 de junho de 2021. Atualizado em 3 de fevereiro de 2025.