Gibi é sinônimo de revista em quadrinhos. Mas, no começo do século XX, “gibi” era a maneira como as pessoas chamavam os meninos negros que vendiam revistas em quadrinhos e jornais nas ruas. Isso, entretanto, não foi suficiente para que ele fosse o primeiro personagem negro das histórias em quadrinhos.
O pioneirismo é do escravo Benedito, na primeira tira em quadrinhos do Brasil. Ele aparece em “As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte”, na revista Vida Fluminense no dia 30 de janeiro de 1869.
Benedito é um escravo que usa cartola e seu criador é o cartunista, abolicionista, Angelo Agostini, italiano radicado no Brasil desde os 16 anos de idade. Autor de desenhos de teor cômico, mas ainda assim de cunho crítico, utilizava-se em suas histórias dos cortes gráficos que viriam a ser um dos elementos determinantes na futura criação das histórias em quadrinhos.
Nhô Quim é um caipira que se muda para a cidade do Rio de Janeiro e que fica chocado com a civilização meio rural, meio urbana. A história, contada em episódios, é uma caricatura dos costumes daquela época e falava das desventuras de um homem simples do interior do Brasil. O primeiro capítulo possuía 20 imagens em páginas duplas e tinha por título “De Minas ao Rio de Janeiro”.
No primeiro quadrinho dessa primeira história é possível ver Benedito e sua família. Agostini produziu, sem periodicidade certa, nove capítulos das aventuras de Nhô Quim. Dois anos depois da publicação de seu nono episódio, a história foi continuada pelo cartunista Cândido Aragonês de Faria, que publicou mais cinco capítulos do personagem.
O dia em que Benedito entra para a história do pioneirismo negro – 30 de janeiro – é também, desde 1984, o “Dia do Quadrinho Nacional”.
…
Fontes: Wikipedia, Klick Educação, HQ Maniacs
…
Escrito em 8 de agosto de 2015