Agressivos, esquecidos, negligenciados, perdidos numa eterna espiral de silêncio. Fortes, inacessíveis, responsáveis pela solidão da mulher negra, pela violência contra a mulher branca, o corpo alvo favorito da polícia, a carne invisibilizada pelo Estado. Muitos julgamentos e adjetivos e, ao mesmo tempo, os homens negros têm morrido sozinhos e silenciosamente, vítimas de transtornos psicológicos.

O risco de suicídio entre jovens homens negros entre 10 e 29 anos é 45% maior do que entre jovens brancos da mesma faixa etária, segundo pesquisa do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa aponta os efeitos do racismo como fator para homens pretos decidirem abandonar a existência.

Quem tira a própria vida está sentindo uma dor tão intensa que cogita a morte como única forma de sanar o sofrimento e uma sociedade que fecha os olhos para essa agonia falhou em todos os âmbitos como civilização.