Lenda viva do esporte cubano e mundial, pentacampeão imbatível nas lutas greco-romana nas Olimpíadas dos últimos 16 anos. Seu recorde: cinco medalhas de ouro em cinco Jogos!
O que este artigo responde: Quem é Mijain López? Qual é o pioneirismo de Mijain López? De quantas Olimpíadas Mijain López participou? Por que Mijain López é considerado invencível? Quantas medalhas de ouro Mijain López conquistou? Como foi a infância de Mijain López? Qual é a idade de Mijain López?
Mijain López é o primeiro lutador da história a competir em seis Jogos Olímpicos e o primeiro atleta a ganhar cinco medalhas de ouro consecutivas em modalidade individual nos Jogos Olímpicos – a luta greco-romana, categoria 130 kg. É um recorde histórico! E ele reina absoluto!
Registre-se: Mijain López tornou-se mais que pioneiro aos 41 anos de idade enfrentando adversários bem mais jovens, como o sul-coreano Lee Seungchan, de 28 anos; o iraniano Amin Mirzazadeh, de 26, e o azerbaijano Sabah Shariati, de 35. E, pode-se dizer, existia até uma torcida contra…
Na luta final, ele venceu o chileno de origem cubana Yasmani Acosta, por seis a zero, na final da categoria de 130 kg.
Dias antes do início dos Jogos Olímpicos, a revista Sports Illustrated, uma das fontes mais consultadas no mundo esportivo, havia prognosticado medalha de bronze para o atleta cubano. Mas a imprensa duvidou da previsão modesta, argumentando que sua idade, os bons resultados de seus oponentes e os anos que haviam se passado sem que ele competisse em uma luta de alto nível tornariam praticamente impossível para Mijaín conquistar uma nova medalha.
O começo e o fim
López disputou pela primeira vez uma Olimpíada em Atenas, em 2004, onde obteve a quarta colocação. Começou a vencer nos Jogos de Pequim 2008, depois Londres 2012 e passou a ser considerado “invencível”, no Rio, em 2016, em Tóquio, em 2021, e, em Paris 2024, quando El Gigante de Herradura, uma referência à sua cidade natal, dá adeus às armas – ou melhor, aos tênis.
A imagem ficará na história das Olimpíadas. Toda sua técnica e força se fizeram presentes em exatos seis minutos e veio a vitória: 6 a 0. Em meio aos aplausos e lágrimas de seu treinador – a quem ele chama de seu “segundo pai” – , Mijaín se ajoelhou no centro do tatame, se inclinou e o beijou, deixando seu tênis preto no centro da cena. Foi a sua despedida da luta, explicou depois à imprensa:
“Eu senti um vazio. (…) quando entreguei as armas, os tênis vitoriosos, aqueles que me trouxeram este resultado. Eles ficaram onde deveriam ficar, no colchão como campeões. Abençoados sejam eles”.
Mas existe uma dor a registrar, a ausência de seu pai, Bartolo López, recentemente falecido:
“Meu pai não está aqui (…) Pela primeira vez, lutei sem ele e é claro que dedico essa medalha a ele. É um sonho que ele estava esperando e não pôde vê-lo se tornar realidade…”
O primeiro peso
Natural de Entronque de Herradura, na província cubana de Pinar del Río, Mijaín começa a levantar peso ainda criança, ajudando os pais – sua mãe é Leonor Núñez – a carregar caixas de legumes, verduras e café. Inicia no esporte aos 10 anos, sofre uma lesão aos 13 anos e quase abandona a luta greco-romana. No entanto, aos 17 anos, é convocado pela seleção cubana e, cinco anos depois, representa seu país nos Jogos de Atenas-2004, ano e local da última derrota olímpica de sua vida, nas quartas-de-final.
Quando criança, entretanto, como milhões de cubanos, seu primeiro amor foi o beisebol. No entanto, aos 10 anos de idade, fez suas primeiras lutas, onde a constituição física e a grande altura o destacaram – ele chegou aos 140 kg e 2m01 de altura!
Aos 20 anos, teve sua primeira competição importante: o Campeonato Mundial de 2002. Naquela ocasião, ficou em 13º lugar na categoria de 120 kg. Dois anos depois, iniciaria carreira olímpica.
Carreira olímpica
Vinte anos antes de chegar ao pentacampeonato, Mijain López teve sua estreia olímpica em grande estilo: luta greco-romana em Antenas, capital da Grécia.
O primeiro encontro – ou confronto – foi com Yuri Evseichik, israelense de origem ucraniana que havia conquistado o bronze no Campeonato Mundial de Luta de 1998 e o quarto lugar nas Olimpíadas de Sydney 2000. Mas, em 24 de agosto de 2004, o impensável aconteceu: uma vitória do cubano novato.
O segundo atleta que enfrentou o ” Menino Terrível” de Herradura foi Yekta Yılmaz Gül, turco – e ele também perdeu! Mas ainda não era a hora de Mijain, que foi desbancado pelo campeão mundial de luta do ano anterior, o russo Khasan Baroyev.
Baroyev entra para a história como a primeira e – única – pessoa a derrotar Mijaín Lopez em Jogos Olímpicos. Naquele ano, a medalha de ouro foi do russo. para nunca mais!
Nas Olimpíadas seguintes, ao chegar a Pequim 2008, a imprensa perguntou a Mijaín o que ele desejava ganhar. A resposta foi um sorriso, seguido de silêncio e um olhar para o técnico da equipe cubana de luta, Pedro Val, que respondeu:
“Sem dúvida. Apenas o ouro será suficiente”.
Mijaín foi o porta-bandeira de Cuba na cerimônia de abertura e antes do início da competição, cheio de confiança, afirmou:
“Baroyev é meu maior adversário. O ouro será meu ou dele”.
Sua previsão foi correta. Desde então, em Cuba, dizem que Mijaín sempre cumpre sua palavra. Os dois adversários chegaram à final e Mijaín López ganhou sua primeira medalha de ouro olímpica. E o feito se repetiu em cada uma das edições olímpicas seguintes: Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024.
Ao ganhar sua quarta medalha de ouro, em Tóquio 2020, Mijaín declarou:
“Hoje tenho que agradecer esse resultado ao nosso invicto comandante em chefe (Fidel Castro), que foi o primeiro a trazer o esporte para Cuba, e acredito que hoje somos dignos desse resultado graças a ele e graças aos esforços que ele fez para que nossa revolução seguisse em frente”.
Em termos de pontos obtidos durante as lutas que fez nos cinco títulos olímpicos que conquistou, Mijaín López tem mais uma marca impressionante, com o recorde de 98 pontos ganhos e apenas 5 perdidos.
Além do ouro olímpico
E não se pense que Mijain López se “acomodou” no ouro olímpico. Em outras competições, o cubano obteve feitos e conquistas que confirmam seu status de lenda, dentro da divisão dos 130kg e também dos 120kg, onde antes lutava.
Foram cinco títulos mundiais -2005, 2007, 2009, 2010 e 2014 -, três vices -2006, 2011 e 2015 -, três Copas do Mundo de Wrestling -2005, 2006 e 2009 -, cinco ouros em Jogos Pan-Americanos – Santo Domingo-2003, Rio-2007, Guadalajara-2011, Toronto-2015 e Lima-2019 – e nove campeonatos pan-americanos -2002, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2012 e 2014. Ele é pentacampeão olímpico, pan-americano, mundial e mais.
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Fontes: Brasil de Fato – Paris, Brasil de Fato-história, Wikipédia, Terra
Escrito em 9 de agosto de 2024