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O Espelho da Verdade

Não existem verdades absolutas.

No princípio havia uma única verdade no mundo: Orum ayê – “céu” e terra, duas realidades fazendo parte de um processo simbiótico, que se complementa, se retroalimenta

Entre eles, Orum e Aiyê, havia um espelho. Conta o mito que tudo que se mostrava no Orum materializava-se no Aiyê. Ninguém tinha dúvida de nada. Tudo do mundo espiritual acontecia no mundo material.

Naquele tempo, vivia no Aiyê, uma jovem muito trabalhadora que se chamava Mahura. Dia e noite, ela ajudava a mãe a pilar inhames. Um dia, inadvertidamente, ela perdeu o controle do movimento ritmado da mão do pilão, que caiu e tocou forte no espelho, espatifando-o em pedaços que se espalharam para todos os lados.

Mahura saiu desesperada para se desculpar com Olorum, o criador do Universo. Qual não foi a sua surpresa quando o encontrou deitado, tranquilo, à sombra do Iroko, a floresta dos orixás. 

Olorum ouviu as desculpas de Mahura com toda a atenção e, ao final, informou que, dado aquele acontecimento, não existiria mais uma verdade única:

 “De hoje em diante, quem encontrar um pedacinho de espelho em qualquer parte do mundo, estará encontrando apenas uma parte da verdade”.

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Fonte: Congresso em Foco/Vanda Machado, Youtube – O Futuro é Ancestral

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