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•EDIÇÃO•

Pretas do Brasil

julho de 2023

Esta é uma edição dedicada às mulheres pretas do Brasil de todas as profissões, tons de pele, cabelos, modos diversos de ser mulher.

“As filosofias africanas ensinam que ser mulher não tem a ver com a biologia. É o coração, no astral, que define o que o corpo é. É o coração que diz quem somos.”

(Katiúscia Ribeiro)

E podemos tudo – se quisermos. Isso porque todas carregamos, em nós, o sagrado para a manutenção da espiritualidade e da vida do povo preto; a força das que vieram antes; a compreensão da própria existência…

Como nos conta a socióloga Sonia Abiké, que assina o artigo Estrategistas pioneiras na luta por liberdade, sobre matricomunidades, desta edição, “nosso corpo é um templo, um território, é a morada de conexão com tudo que somos”.

“Nosso deslocamento  – diz ela, referindo-se à escravização do nosso povo – foi  geográfico. Não nos desconectou da relação com a nossa  espiritualidade”.

A historiadora Beatriz Nascimento (1942-1995) também afirmava:

“Meu corpo é um quilombo porque eu sou a própria experiência da comunidade”.

É. Nem todas nascemos para ser ativistas e acadêmicas, como Sonia Abiké e Beatriz Nascimento. Nem todas estamos nesta vida para fazer política partidária, concorrer a cargos eletivos, escrever livros, filosofar, ser artista, atleta, profissional liberal, médica, engenheira, cozinheira, faxineira, babá, parir, ser do lar, cuidar de casa, de homem… Mas como escrevemos no começo deste editorial: podemos tudo por conta da potência da nossa existência.

Nosso corpo é dotado de informações ancestrais. Para existirmos como matéria, é preciso que ele esteja em diálogo constante com a energia, com o astral, entre outros elementos.

Primeiro nascemos no Cosmos e é o coração, no aspecto metafísico, que nos conecta diretamente com a comunidade, com a consciência.

É assim que as filosofias africanas pensam a concepção do ser.

E nos percebendo desse modo, irmanadas para além do tempo, com certeza, aproveitaremos muito mais das dezenas de histórias das pioneiras que contamos  nesta edição.

Boa leitura!

A redação