Atriz e bailarina, de olho verde e cabelão, em 1965, fez a diferença com A Cor da Sua Pele, inclusive com beijo interracial inédito na tv.
O que este artigo responde: Quem foi Yolanda Braga? Qual foi o papel de Yolanda Braga na novela “A Cor da Sua Pele”? Quais foram os pioneirismos de Yolanda Braga? Como Yolanda Braga começou sua carreira? Qual foi o impacto de Yolanda Braga na representatividade negra?
Iolanda – às vezes Yolanda – Braga veio antes. Pioneira entre as pioneiras, é a primeira negra a ocupar o posto de atriz principal em uma telenovela. Um feito registrado na extinta TV Tupi, a primeira emissora de televisão do país. Ela era Clotilde Vieira em A Cor da Sua Pele.
Mulher de teatro, cinema e televisão – nesta ordem – nasceu e morreu no Rio de Janeiro, entre 11 de outubro de 1941 e 12 de maio de 2021.
Setenta e nove anos de vida, dos quais 30 foram dedicados à arte.
Tudo começa em 1958, aos 16 anos, quando é emancipada pelos pais para se tornar bailarina e estreia no espetáculo Um Milhão de Dólares de Baby.
Na televisão, o começo é em 1963, na extinta TV Excelsior, como bailarina nos programas Colê É O Show e A Cidade Se Diverte.
Dois anos depois, contratada pela Tupi, faz uma participação na última fase da novela O Direito de Nascer como Mariana, neta de Mamãe Dolores.
Pìoneirismos
Escolhida, em seguida, para estrelar a novela A Cor da Sua Pele, tornando-se a primeira atriz negra a protagonizar uma telenovela brasileira e também o primeiro beijo interracial da televisão – beijo trocado com o ator Leonardo Villar.
Leonardo interpretava Dudu, um jovem de família rica que tinha que renunciar a sua herança para poder ficar com sua amada, Clotilde, a empregada doméstica da família..
Seu sucesso é tamanho e ela se torna “garota propaganda” – assim eram as chamadas as moças que faziam comercial – e registra outro pioneirismo, o de ser a primeira negra a estrelar uma campanha de cosméticos no Brasil.
“…Belinda proporciona a beleza que os homens admiram…
…e que as mulheres invejam…”
Detalhe: Os produtos Belinda, “feitos especialmente para a beleza de sua cor”, eram creme clareador – “fabulosa descoberta para tornar a cútis mais clara”, shampoo alisador – “sensacional fórmula científica…”
No mesmo ano, Iolanda atua no filme Arrastão e participa do documentário Integração Racial, de César Paulo Seracini, sobre o espaço dos negros nas artes.
Na Europa
Em 1966, apesar do sucesso alcançado na novela, Iolanda se muda para Portugal em nome de sua grande paixão: a dança.
Lá, ele protagoniza o espetáculo Minha Querida Mulatinha ao lado de Raul Solnado, um sucesso de bilheteria, e integra o elenco do humorístico Riso e Ritmo.
Entre 1968 e 1970, de volta ao Brasil, é a estrela do espetáculo Holiday in Brazil, coreografado por Abelardo Figueiredo, e atua nos filmes Audácia e O Jogo de Vida e Morte, os dois lançados em 1971.
E parte, mais uma vez, para Portugal, ponto de partida para uma turnê de oito anos pela Europa com o grupo de dança “Brasiliana”.
Grande Dama da Dança
Ao retornar ao Brasil, em 1978, Iolanda encerra sua carreira na televisão participando da nova versão da novela O Direito de Nascer, desta vez, como a atrapalhada Conchita.
Nos palcos dos teatros por mais onze anos, é reconhecida como “Grande Dama da Dança”.
Com menos de 50 anos, aposenta-se da carreira artística, ao mesmo tempo em que se forma na faculdade de Hotelaria.
Em 2018, a artista, em entrevista ao canal Caixa de Sucessos, relembra sua história.
Leia também os artigos sobre Taís Araújo e Ruth de Souza, que quebraram barreiras, como pioneiras, depois de Iolanda Braga, na Rede Globo e no Teatro Municipal.
Fontes: Wikipédia, Memórias Cinematográficas