Zumbi, líder da resistência
– Jorge Ben Jor
Jorge Ben Jor transforma em música a história de um dos pioneiros na luta contra a escravização negra nas Américas. O último dos líderes do maior quilombo do Brasil no período colonial, o Quilombo dos Palmares, no século XVII.
Em sua homenagem, o cantor e compositor conta das nações escravizadas e se refere a Zumbi como símbolo da resistência ao martírio africano nas fazendas de açúcar, café e algodão.
Do álbum “A Tábua de Esmeralda”, de 1974.
O quilombola
Zumbi nasce livre em 1655 no Quilombo dos Palmares, Capitania de Pernambuco, região da serra da Barriga. Hoje, União dos Palmares, Alagoas.
É executado em 20 de novembro de 1695, pelo capitão Furtado de Mendonça. O militar recebe o “prêmio” de cinquenta mil réis, do monarca D. Pedro II de Portugal, por sua morte.
Decapitado, o líder da resistência tem a cabeça salgada, levada ao governador Melo e Castro e, depois, exposta em praça pública de modo a acabar com o mito da sua imortalidade.
Infância e juventude
Aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso, aos 6 anos, e entregue aos cuidados do padre Antônio Melo, em Porto Calvo, é batizado com o nome “Francisco”, estuda o catecismo e recebe educação esmerada.
Aos 10 anos, é fluente em português e latim. Aos 15, foge e volta para Palmares e lidera os quilombolas de 1678 a 1695.
A palavra “Zumbi” ou “Zambi”, nome adotado pelo herói, é de origem ‘quimbunda’, e faz alusão a seres espirituais, como fantasmas, espectros e duendes.
Ganga Zumba x Zumbi
Segundo líder de Palmares, ganha notoriedade ao defender o quilombo do ataque das tropas portuguesas. Em batalha sangrenta, demonstra suas habilidades de guerreiro jaga.
Com 25 anos, desafia Ganga Zumba, que assina a rendição de Palmares com o governo português, e assume seu lugar de líder.
Respeitado, admirado por suas habilidades e conhecimentos de estratégia militar, luta pela liberdade de culto e religião e pelo fim da escravidão no Brasil.

Imagem: Reprodução
Há uma corrente de historiadores que defende a tese de que Zumbi se torna conhecido, também, pela severidade despótica com que conduz Palmares, reproduzindo sistema de castas e escravização próprias da África,
Entre suas estratégias de guerrilha: assaltos a engenhos para libertar escravizados e confiscar armas, munições e suprimentos necessários para realizar novos ataques e aprimorar a segurança dos assentamentos.
Origem
Seus ancestrais estão entre os primeiros palmarinos, os Jagas, de Angola, que inclusive chamavam o quilombo de “Angola Janga” ou Pequena Angola – estado do continente africano encravado na América!
A linhagem do reino Jaga (ou imbangalas), um povo de tradições militares com ótimos guerreiros, usava a denominação “quilombo” para se referir aos seus acampamentos militares nas matas.
Zumbi era neto de Aqualtune, mãe de Ganga Zumba, seu tio, Todos do reino dos Jagas. Sabe-se, ainda, que Dandara era sua mulher e lutava a seu lado.
Sua postura diante do governo colonial é de desafio e enfrentamento.
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Fontes: Escola Kids, Brasil Escola, Educa Mais Brasil, Toda Matéria, Porto Kaete, Stoodi, History