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Atletas negras, a encruzilhada gênero e raça nas Olimpíadas

– Tania Regina Pinto

Você já parou para pensar no impacto monumental que as atletas negras tiveram nas Olimpíadas ao longo dos anos? Desde os anos 50, essas mulheres incríveis têm estado na linha de frente, não apenas competindo em alto nível, mas também derrubando barreiras sociais e culturais. Vamos mergulhar nas histórias de algumas dessas pioneiras, como Melania, Wanda, e Aida, cujas conquistas vão muito além das medalhas.

As Olimpíadas marcaram a estreia de muitas pretas derrubando barreiras em diferentes modalidades desde os anos 50 do século passado. Melania, Wanda, Aida, Bete, Sarah, Ketleyn…

Melania Luz dos Santos, aos 20 anos, entra para a história mundial como pioneira, livre para correr, 60 anos depois de, oficialmente, abolida a escravidão no Brasil. Ela é a primeira mulher negra na pista, nos 200 metros.

Dos 77 competidores, sete mulheres e uma negra na  primeira equipe feminina de atletismo, pela então Confederação Brasileira de Desportos (CBD).

O ano é 1948. A Inglaterra sedia os Jogos Olímpicos, em Londres, capital do país e do Reino Unido, no pós Segunda Guerra Mundial.

Quatro anos depois, a paulistana Wanda dos Santos, vai para os Jogos Olímpicos de Verão em Helsinque, na Finlândia, e participa dos 80 metros com barreiras.

Mas é em 1960 que ela embarca sozinha para os Jogos Olímpicos de Verão de Roma, na Itália

a única mulher da delegação brasileira, com 81 atletas.

Wanda dos Santos é a segunda mulher negra a disputar uma Olimpíada.

Coisa de homem?

Como a maioria das pioneiras, Aida dos Santos teve uma vida de dificuldades. Nascida em Niterói (RJ), chegou às Olimpíadas de Tóquio, em 1964, sem apoio, sem sapatilhas de prego, sem médico, e conquistou a quarta colocação no salto em altura.

Aida foi a única mulher na delegação brasileira e a primeira atleta brasileira a chegar perto de uma medalha

conquistou a quarta posição no salto em altura, com 1,74m, mesmo com o pé torcido.

Melania, Wanda e Aida são pioneiras também no combate ao binômio racismo e machismo no esporte.

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Maria Elizabete Jorge, conhecida como Bete dos Pesos, a primeira atleta brasileira do levantamento de peso também faz parte do time.

Bete, mineira de Viçosa, descobriu a vocação para o levantamento de peso carregando pesadas trouxas de roupas de estudantes que ela lavava. Enfrentou preconceito de raça e gênero, pois no seu tempo – ela nasceu em 1957 -, halterofilismo, o popular levantamento de peso, era coisa de homem!

Bete se profissionalizou aos 34 anos, uma idade considerada “tarde” para começar a vida esportista.  Em 2000, aos 43 anos, tornou-se a primeira brasileira a disputar as Olimpíadas na modalidade, em Sidney, Austrália.

Judocas

Ao lado destas mulheres à frente de seu tempo, as principais negras judocas: a brasiliense Ketleyn Quadros, em Pequim 2008, primeira brasileira a chegar ao pódio olímpico em uma competição individual, conquistando a medalha de bronze na categoria leve (57 kg), e a piauiense Sarah Gabrielle Cabral de Menezes, a primeira mulher do país a conquistar o ouro da modalidade em 2012.

Este artigo, escrito em 15 de julho de 2016, foca, em especial, na história das atletas negras que vieram antes.

Seguiremos registrando, contando histórias de garra, potência, resistência, de mulheres singulares e plurais que representam a humanidade preta.

Leia também a história de Marta, a maior no futebol; de Rafaela Silvaa primeira judoca e a primeira negra a conquistar um título mundial; de Daiane dos Santos, a ginasta número 1 do Brasil.

Se quiser mais mulheres africanas excepcionais, especiais, espalhadas pelo mundo e que, também, nos representam, acesse os artigos de Serena Williams e Naomi Osaka,  no tênis; Simone Manuel na natação…

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Fontes: Wikipédia – Wanda, Arimo, Brasil 247

Livro “Heróis do Esporte Brasileiro”, do autor Eduardo Costela (Editora Europa, 2010)

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Heroínas Olímpicas: Como Atletas Negras Transformaram o Esporte e a Sociedade

As Olimpíadas têm sido palco de importantes marcos para atletas negras, que vêm superando desafios relacionados a gênero e raça desde os anos 50. Essas mulheres extraordinárias não apenas alcançaram excelência esportiva, mas também abriram caminhos para futuras gerações, promovendo a igualdade e a inclusão no esporte. Suas histórias são um testemunho do poder do esporte como uma plataforma para mudança social e empoderamento.

Quem foi a primeira atleta negra a competir nas Olimpíadas? A resposta específica depende do contexto histórico e do esporte, mas Alice Coachman é notavelmente reconhecida como a primeira mulher negra a ganhar uma medalha de ouro olímpica, em 1948.

Qual impacto as atletas negras tiveram nas Olimpíadas? Elas quebraram barreiras de gênero e raça, inspirando futuras gerações com suas conquistas e promovendo a diversidade e inclusão no esporte.

Quais são alguns dos desafios enfrentados por atletas negras? Desafios incluem discriminação racial e de gênero, falta de representatividade e acesso limitado a recursos e oportunidades de treinamento.

Como a participação de atletas negras nas Olimpíadas evoluiu ao longo do tempo? Sua participação cresceu significativamente, com mais atletas negras competindo e vencendo em diversas modalidades, refletindo avanços na igualdade racial e de gênero no esporte.

Quem são algumas atletas negras notáveis nas Olimpíadas recentes? Atletas como Simone Biles (ginástica), Serena Williams (tênis) e Shelly-Ann Fraser-Pryce (atletismo) são exemplos de atletas negras que dominaram suas respectivas modalidades em Olimpíadas recentes.