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Ludmilla, dois milhões de streams!!!

A primeira artista negra sul-americana a bater dois bilhões de streams no Spotify e a fazer história no Prêmio Multishow de Música Brasileira ao se tornar a primeira cantora negra a vencer na categoria de “Melhor Cantora” em mais de 25 anos de premiação.

Ludmilla (Imagem: Divulgação)
Ludmilla (Imagem: Divulgação)

Stream, do inglês, significa córrego ou riacho, por isso a palavra streaming remete para o fluxo. Streaming é a tecnologia de transmissão de dados pela internet, principalmente áudio e vídeo.

Para a linguagem de tecnologia, pode ser traduzido como “fluxo de dados”.

Spotify é um serviço digital que dá acesso instantâneo a milhões de músicas, podcasts, vídeos e outros conteúdos de criadores no mundo todo.

Ela é de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Nasceu em 24 de abril de 1995. Já foi MC, já foi Beyoncé. Hoje, seu primeiro nome diz quase tudo a seu respeito. 

A cantora começou no funk carioca. Depois ampliou… pop, R&B, reggaeton, axé, afrobeat, pagode… Sua voz é meio-soprano – abrange 3,2 oitavas e a agilidade vocal é o ponto forte de seu canto.

Beyoncé, a original, sua maior influência: “Eu vim de onde ela veio. Ela também não era ninguém. Bateram muito a porta na cara dela. Então, ela lutou pra caramba e isso me deu muita força e inspiração pra ir atrás dos meu sonhos”..

Talento natural

Na escola, na sala de espera dos postos de saúde, era chamada Ludmilla Oliveira da Silva. Aos 8 anos de idade, cantava nos encontros da família, junto com o grupo de pagode de seu então padrasto. Talento nato. Cantora, compositora, multi-intrumentista, atriz, empresária, pessoa preta, bissexual, potência. 

Seu primeiro sucesso, em 2012, no YouTube, “Fala Mal de Mim” – mais de 15 milhões de visualizações!!!. Na época, ela adotou o nome artístico MC Beyoncé.

Desde então se apresenta em casas de shows por todo o país e participa de programas de TV. Um desentendimento com seu empresário MC Roba Cena, parceiro no seu primeiro single, no entanto, a fez mudar o nome artístico. 

Seu “relançamento” acontece em 14 de janeiro de 2014 com o single Sem Querer da MC Ludmilla. Logo depois, estrategicamente, simplifica para Ludmilla – para se tornar mais ‘palatável’ ao mercado musical, preconceituoso com MCs.

Com A Danada Sou Eu, dois anos depois, dá seguimento à jornada de sucesso com mais singles, impacto nas emissoras de rádio e uma indicação ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa.

Na nova fase: trinta shows por mês, em média; cachê três vezes maior, se comparado com o da época da MC Beyoncé, e uma equipe com dezesseis profissionais – sem contar a mãe e o tio empresário. Entre eles, músicos, bailarinos, DJ, técnico de som, dois personal stylists e duas assessoras, uma de imprensa e a outra da gravadora.

Na TV Globo, em 2019, vence no quadro Show dos Famosos, do Domingão do Faustão, e estreia como atriz, no ano seguinte, na série Arcanjo Renegado.

Pioneira

Ludmilla é a primeira artista negra sul-americana a bater dois bilhões de streams no Spotify – a principal plataforma musical do Brasil. Fato registrado em 1º de maio de 2022. Mas ela já comemorava suas conquistas meses antes, no Twitter:

Sou a primeira cantora negra da América Latina a acumular 1 bilhão de streams só no Spotify, hoje são mais de 1.5 bilhão de plays nas plataformas. Meus clipes somam 2.5 bilhões de views, Rainha da Favela ficou meses entre as músicas mais tocadas. São os números que falam!

Twit de Ludmilla sobre seus resultados no streaming (Imagem: Reprodução)
Twit de Ludmilla sobre seus resultados no streaming (Imagem: Reprodução)

E tem mais Números Ludmilla: 29,6 milhões de seguidores no Instagram (dado de junho 2023), mais de 8,4 milhões de ouvintes mensais, e, em julho de 2022, 30 mil pessoas reunidas da turnê Numanice, em Salvador (BA), no seu show de pagode, com venda de ingressos.

Em 2019, a artista fez história também no Prêmio Multishow de Música Brasileira ao se tornar a primeira cantora negra a vencer na categoria de “Melhor Cantora” em mais de 25 anos da premiação.

Sempre o racismo

Ao se encaminhar ao palco para pegar o Prêmio Multishow foi chamada de “macaca” e se posicionou nas redes sociais, questionando até quando os negros vão sofrer esse tipo de ataque.

 “O preconceito não me machuca, pelo contrário, me dá mais força para lutar.”

No carnaval de 2016, enquanto desfilava no Rio de Janeiro, a socialite Val Marchiori disse que seu cabelo “parecia um bombril”. Ludmilla a processou e, em junho de 2016, a Justiça do Rio de Janeiro a condenou a pagar uma indenização de 10 mil reais.

Na tarde de 23 de maio de 2016, a cantora se dirigiu até a Delegacia de Repressão Contra Crimes de Informática (DRCI) para registrar ocorrência contra um homem que teria feito comentários racistas sobre ela em uma rede social.

Em janeiro de 2017, o apresentador Marcão do Povo referiu-se à Ludmilla como “macaca” – de novo – durante o programa Balanço Geral da TV Record, do Distrito Federal, ao comentar sobre rumores de que a cantora não gostava de tirar fotos com os fãs:  “Uma coisa que não dá para entender, era pobre e macaca, pobre, mas pobre mesmo…”

Marcão foi demitido e a emissora emitiu nota lamentando “os transtornos causados à cantora Ludmilla, sua família e seus fãs motivados”, repudiando “qualquer ato dessa natureza”. 

Vida pessoal

Na infância e adolescência, morou em diversos bairros de sua cidade natal. Filha mais velha de Silvana Sales Oliveira, não teve contato com o pai, Luiz Antônio Silva, preso quando ela tinha um mês e 13 dias de vida.

Silvana – dançarina de samba em casas de show e passista de escola e samba – conta que mãe e filha até fome passaram. Hoje, ela mora em uma mansão em um condomínio de luxo na Barra, na Zona Oeste do Rio, com a sua esposa – a bailarina Brunna Gonçalves.

Ludmilla e Brunna Gonçalves (Imagem: Reprodução)
Ludmilla e Brunna Gonçalves (Imagem: Reprodução)

Casadas desde dezembro de 2019, as duas namoraram escondidas por um bom tempo antes de se assumirem publicamente. A cantora tinha medo de que a revelação de sua orientação sexual prejudicasse sua carreira. 

Sobre a mansão, tem até uma boate subterrânea para servir de cenário para suas festas e paredes com isolamento acústico para evitar seu histórico de problemas com a vizinhança. Quando morava na Ilha do Governador, na Zona Norte, era constantemente alvo de reclamações. 

Espetáculo!

2022 marca os 10 anos da carreira fonográfica de Ludmilla, com visibilidade e poder além do circuito do funk e do machismo deste gênero musical também marginalizado pelas elites culturais da sociedade brasileira.

O ponto de partida de Ludmilla para uma trajetória improvável e vitoriosa foi o funk, que ela segue valorizando, bem como o universo de onde veio, se fazendo ouvir em todo o Brasil e fora dele – a artista já foi indicada quatro vezes ao MTV Europe Music Award para Melhor Artista Brasileira. 

Ludmilla é mulher poderosa que virou o jogo, driblou o machismo vigente no mundo do funk e na indústria do disco – território historicamente dominado por homens desde que o samba é samba.

Grammy Latino

Em 17 de novembro de 2022, na 23ª edição do Grammy Latino 2022, que premia os melhores trabalhos da música latina do ano, Ludmilla venceu a categoria “Melhor Álbum de Samba/Pagode” com o álbum Numanice #2.

Veloz e Furiosa

Em maio de 2023, ela entra em cartaz nos cinemas com o filme Velozes e Furiosos 10, ambientado no Rio de Janeiro, onde foi criado o novo vilão, Dante Reyes (Jason Momoa). A cantora aparece como a garota responsável por dar a largada em um racha pelas ruas da zona sul carioca e também participa da trilha sonora com a música Vai Sentando

Antes de Velozes, Ludmilla já tinha atuado em outras obras, como a série Arcanjo Renegado, o filme Moscow e a comédia romântica O Amor Dá Trabalho.

Cantora mais ouvida do Brasil

E ela não pára. No primeiro semestre de 2024, com 23 músicas lançadas, Ludmilla ocupa o lugar de artista pop que mais recebeu streams no Spotify, com 233 milhões de reproduções, o que só reafirma a sua posição.

No final de fevereiro de 2024, quando lançou o álbum Numanice 3, começou uma contagem paralela que já acumula mais de 50 milhões de streams em todas as plataformas.


Fontes: pt.Wikipédia, Extra, Na Telinha Uol, G1-Ba, G1-Pop-Arte, G1-Profissão Repórter, Estado de Minas, Veja, Autopapo-Uol

Produzido em julho de 2022 | Última atualização, agosto de 2024

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