Erica Malunguinho, Angela Davis e Martin Luther King Jr.
Daqui um ano, em novembro de 2022, já teremos votado para presidente da República – pelo menos 1º turno – e já teremos, com certeza, eleito deputados estaduais, deputados federais e senadores. Isso se o Brasil se mantiver no sistema democrático.
Nós, que construímos esta nação, tijolo por tijolo, gente preta, temos tudo a ver com o que vivemos hoje e com o que acontecerá com o nosso futuro. Por isso não é cedo demais para pensarmos a política, as eleições…
O tema desta edição é o racismo que atinge a maioria da população brasileira, composta de negros, composta de negras, composta de mulheres, racismo que mata e faz morrer.
É tempo de assumirmos uma atitude cidadã, de nos apropriarmos do país pelo voto. A campanha para as eleições 2022 começa agora: um negro, um voto; uma negra, um voto; um negre, um voto. Vamos escurecer as assembleias legislativas e o Congresso Nacional – Câmara e Senado. Votar preto para desconstruir as várias faces do racismo.
E o tom do nosso pensar está nos textos da coluna Sem Mordaça, com a escrita crítica sobre o privilégio branco, o ódio, o apagamento histórico não só dos nossos feitos, mas até da cor da nossa pele, a legislação que nos oprime, a Justiça que nos encarcera, a intolerância que nos mata, o racismo no linguajar, o racismo nos esportes, nos movimentos sociais que nos usam como massa de manobra…
E ainda lembramos George Floyd, no artigo A falta do ar e dois discursos históricos da luta negra: “Eu tenho um sonho”, de Martin Luther King, e “O Pesadelo Americano”, de Malcom X.
Muitos novembros têm contado de nossa consciência negra, política e religiosa, com a celebração do dia 20, de Zumbi; do dia 15 como da primeira manifestação reconhecida como de Umbanda, com a incorporação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e do 2, um dos dias de Omulu, orixá ancião ligado ao princípios dinâmicos da vida, da cura pelo ‘fim’ da doença que, no nosso caso, é o racismo estrutural.
Atotô