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Lena Horne, pioneira de Hollywood

Ela abre caminho para muitos artistas negros e negras na indústria cinematográfica.

Famosa pela beleza melódica, pela suavidade de sua voz e por suas canções de jazz, teve sua carreira definida e limitada pelo racismo.

Nascida em 1917, começou a se apresentar como cantora nos palcos da Broadway nos anos 1930, época em que a participação dos negros nestes shows era mínima. E, na década de 1940, torna-se a primeira negra a assinar contrato com um grande estúdio, a MGM, estrelando como atriz em Hollywood em 1942. Seu primeiro filme foi Panama Hattie, onde interpreta a popular canção Just One of Those Things, do jazzista Cole Porter.

À sombra do racismo

Em entrevista à CNN, Horne dá seu testemunho dos reflexos da segregação racial norte-americana no interior do mundo do cinema:

“Acho que o garoto que engraxava sapatos e eu éramos os únicos negros – exceto os faxineiros – que trabalhavam com as estrelas”.

Mas ela conseguiu resistir e existir, estrelando duas importantes produções de Hollywood durante a Segunda Guerra, lançados em 1943: Cabin in the Sky, filmagem de um popular musical negro, e Stormy Weather. Em ambos os filmes ela atuou ao lado de grandes expoentes negros do jazz, como Louis Armstrong e Duke Ellington.

Nos muitos outros filmes em que atuou, entretanto, só havia atores brancos e a sua participação se restringia à aparição em números musicais paralelos à trama. Isso para que o estúdio pudesse exibir o filme “editado” e “sem negros” nos estados racistas do sul.

Assim foram rodados I Dood It, Thousands Cheer, Swing Fever, Broadway Rhythm e Ziegfeld Follies, entre 1942 e 1945.

Sucesso

Seu primeiro grande sucesso na Broadway veio como estrela do musical Jamaica, de 1957, quando seu nome se tornaria um dos mais populares da música de seu tempo.

Paralelamente, se vivia um período decisivo do amadurecimento da consciência do povo negro sobre a necessidade urgente de se derrubar as leis de segregação racial em vigor. E nele, também,  Lena Horne brilhou, sendo uma das mais importantes personalidades do meio cultural negro a apoiar publicamente as mobilizações pelos direitos civis.

Sempre batalhei contra o sistema para tentar estar com minha gente. Não trabalhava em locais que nos deixassem de fora… Era uma maldita luta em todos os lugares, em Nova Iorque, em Hollywood, em todo o mundo”, declarou certa vez em entrevista a respeito do racismo em seu país.

Lena Horne brilhou nos palcos até meados da década de 1980 e morreu em maio de 2010, aos 92 anos de idade. 

Leia o artigo sobre as diferenças entre Brasil e Estados Unidos, no que diz respeito à segregação racial no artigo Brasil e Estados Unidos, o racismo nosso de cada dia.

Escrito em 26 de março de 2013

1 comentário em “Lena Horne, pioneira de Hollywood”

  1. Fui procurar por ela, após um citaçao no documentário “Paris is Burning” e vi uma nota no wikipédia, tao simples pensei comigo, la vem o racismo estrutural e seus lalaias, procurei um pouco mais e cheguei nesse texto, muito obrigado!

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