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Folorunso Alakija, a primeira africana mais rica do mundo

Magnata do petróleo, nigeriana, ela é também a segunda mulher negra bilionária da história e a segunda mais poderosa da África.

Folorunsho Alakija (Imagem: Reprodução | The Laurel)
Folorunso Alakija (Imagem: Reprodução | The Laurel)

O que este artigo responde:
Quem é a mulher negra mais rica do mundo?
O que faz a mulher mais rica do mundo?
Existem mulheres ricas na África?

Aclamada oradora, escritora – autora de 17 livros, incluindo sua autobiografia -, filantropa e com uma jornada impressionante de determinação, empreendedorismo e sucesso extraordinário, testemunho do poder da perseverança…

Ou…

“Esteja determinado a ter sucesso, pois sempre há um caminho onde parece não haver. Somente os persistentes e diligentes o encontram.”

Ou, ainda…

“Persevere – Nunca desista! O mundo de hoje desfruta de eletricidade por causa daqueles que não desistiram!”

Estas são três maneiras de apresentar Folorunso Alakija, sendo as duas últimas frases dela mesma.

Na raiz de seus bilhões, alguns empreendimentos: indústria da moda, impressão digital e, principalmente, exploração e produção de petróleo. Mas nada veio de mão beijada. 

Uma em 52!

Nascida no dia 15 de julho de 1951 em uma grande família polígama – 8 esposas e 52 filhos -, de classe média, do chefe L. A. Ogbara, em Ikorodu, Lagos (Nigéria), Folorunso Alakija viajou pelo mundo e trabalhou muito para chegar ao topo. 

Aos sete anos, viaja para o Reino Unido para iniciar sua educação primária de quatro anos e estuda no País de Gales entre 1959 e 1963. 

Pré-adolescente, frequenta uma escola secundária muçulmana na Nigéria. Depois, retorna à Inglaterra para os cursos de secretariado e design de moda. Não vai para a universidade:

“Você não tem de ter uma educação universitária para ser capaz de ter sucesso, então conte esta etapa com um ‘algo a mais’ em sua vida”.

O fato é que ela aprendeu em família – desde cedo – a arte de ser competitiva e encontrar seu próprio espaço.

Dinheiro e poder

Ela se torna conhecida, para além da África, em 2014, quando aparece como a segunda bilionária negra do mundo, com um patrimônio de 3,3 bilhões de dólares – 500 milhões de dólares a mais que Oprah Winfrey, a primeira negra bilionária da história e a 96ª mulher mais poderosa do mundo. 

No ano seguinte, em nova edição, Folorunso aparece como a segunda mulher mais poderosa da África – depois de Ngozi Okonjo-Iweala – e a 87ª mais poderosa do mundo.

A economista Ngozi Okonjo-Iweala é a primeira mulher nomeada diretora geral da Organização Mundial do Comércio. Nigeriana, em seu páis, foi ministra das Finanças, por duas vezes, e ministra dos Negócios Estrangeiros. Ganhou projeção internacional por seu trabalho no Banco Mundial. 

Jornada de trabalho

Sua vida profissional tem início em 1974, como secretária executiva na Sujidade Enterprises, em Lagos. Passado um tempo, vai trabalhar no antigo First National Bank de Chicago e percebe, como bancária, a impossibilidade de crescer, fazer carreira, deliberadamente estabelecida pelos controladores do setor bancário.

Folorunso larga o emprego e busca treinamento em uma alfaiataria, até que abre a sua própria empresa de alfaiataria, a Supreme Stitches que, em poucos anos, se transforma na Rose of Sharon House of Fashion – entre as suas clientes, uma ex-primeira dama!

Por seu trabalho, a empresária se torna presidente nacional e curadora vitalícia da Associação de Designers de Moda da Nigéria. À frente da entidade, ela promove a cultura nigeriana por meio da moda e do estilo. 

Magnata do petróleo

Em maio de 1993, Folorunso se licencia da moda e começa a pensar em trabalhar no setor de transporte no ramo de petróleo, uma indústria notoriamente dominada por homens, cercada de desafios e complexidades. Ela ouve muitas negativas e é desencorajada pelo governo. 

O ministro de plantão na época, com quem mantinha conversações, a aconselha a considerar a exploração de petróleo – e não o setor de transportes – , mas ela pensa que ele está sendo sarcástico.

Capa da Edição de Agosto de 2021 da revisa MRH (Imagem: Reprodução)

Só que não! Ao comentar com um amigo de seu marido, que já trabalhava no ramo do petróleo, a sua frustração, compreendeu que o ministro falava sério e acabou solicitando uma licença de prospecção de petróleo.

Depois de muitas idas e vindas em meio a trocas de ministros, finalmente recebeu a sua licença e descobriu que o bloco de petróleo de 617 mil acres, dado a ela, era o mais distante, situado muito longe da costa, em um local onde outros investidores de petróleo se recusavam a explorar, porque não havia tecnologia suficiente para explorar tamanha profundidade.

Sem dinheiro

Folorunso e seu marido, o advogado Modupe Alakija, usaram todas as economias para pagar a licença, pois o governo havia ameaçado retirar todas as licenças não reclamadas se os pagamentos completos não fossem feitos. 

Os parceiros iniciais do empreendimento, que a fizeram acreditar que o bloco de petróleo era de pouco ou nenhum valor, desistiram do negócio. Mas ela insistiu e a Famfa Oil Limited, ainda hoje, é uma das principais empresas de exploração de petróleo da Nigéria e tem, entre seus parceiros, a Petrobras. 

O bloco prospectado era e é uma das maiores descobertas em águas profundas do território. Atualmente, produz não menos de 250,000 barris de petróleo bruto por dia!

Na Justiça

O acordo era que ela deteria 60% do valor da Famfa Oil, enquanto o governo ficaria com os 40% restantes. Descoberta a “mina de ouro negrpo”, porém, o governo alegou que manter tal participação faria com que ela e sua família ganhassem cerca de US $ 10 milhões por dia e converteu a licença em “arrendamento de exploração de petróleo”, reduzindo sua participação de 60% para 10%! 

Ela processou o governo em uma batalha judicial que durou doze anos! Todos diziam que era estupidez processar o governo, mas não foi. Folorunso saiu vitoriosa: o tribunal determinou que o governo devolvesse sua participação aos 60% iniciais.

Folorunsho Alakija, fundador da Fundação Rosa de Sharon, participa do desfile Fashion for Development em Nova York (Estados Unidos), 26 de setembro de 2013 (Imagem: Reprodução Jeune Afrique | Diane Bondareff/AP/SIPA)
Folorunso Alakija, fundador da Fundação Rosa de Sharon, participa do desfile Fashion for Development em Nova York (Estados Unidos), 26 de setembro de 2013 (Imagem: Reprodução Jeune Afrique | Diane Bondareff/AP/SIPA)

Atualmente, Folorunso ocupa a vice-presidência executiva da empresa de exploração e produção de petróleo. É responsável pelo planejamento estratégico e pela administração diária.

Em seu outro negócio, a Digital Reality Print Limited, especializada em impressão digital de alta performance, também atua como vice-presidente. 

Benfeitora

Folorunso, desde 15 de julho de 2020, é apóstola do Rose of Sharon Glorious Ministry International e supervisiona o ministério com vocação para o cuidado de enfermos e defesa da família, entre outras ações.

A Fundação Rosa de Sharon, de ajuda a viúvas e órfãos por meio de programas educacionais e bolsas de estudo de nível superior, por exemplo, tem a mão da empresária. O programa começou com três viúvas, em 2008, no sudoeste da Nigéria, e espalhou-se por todo país.

A empresária bilionária Folorunso Alakija fotografada ungindo os membros de sua igreja com azeite (Imagem: Reprodução | Linda Ikeji)
A empresária bilionária Folorunso Alakija fotografada ungindo os membros de sua igreja com azeite (Imagem: Reprodução | Linda Ikeji)

Com o objetivo de estimular a capacitação feminina também, ela fundou a Flourish Africa, uma plataforma concebida para criar uma comunidade de mulheres com ideias semelhantes, que partilham suas experiências individuais, encorajam-se mutuamente a alcançar o seu potencial e fornecem subsídios para o empreendedorismo.

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Folorunso é casada com o advogado Modupe Alakija desde novembro de 1976. O casal mora em Lagos, Nigéria, e tem quatro filhos.

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Fontes: Panorama Mercantil, Correio NagôMake Money, Africa CEO Forum, FolorunsoAlakija.com, Revista Forbes, Revista Forbes-requisito de sucesso, Wikipédia-Folorunso, Wikipedia-Ngozi

Escrito em janeiro de 2024

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