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Quilombo educacional Steve Biko

Primeiro cursinho pré-vestibular, no Brasil, destinado à formação política e preparação sistemática de estudantes negros e negras para a vida acadêmica.

Foto em preto e branco de homem negro com roupa social e colete em baixo do paletó, ao fundo o símbolo do instituto cultural, circular com um árvore ao centro, nas cores preto, verde, vermelho e amarelo.
Steve Biko, com símbolo do Instituto Cultural Steve Biko ao fundo (Imagem: Reprodução)

Criado em 31 de julho de 1992, o Instituto Cultural Beneficente Steve Biko, bem como seu curso pré-vestibular, é fruto da ação inovadora de jovens militantes negros e negras, que criaram o primeiro curso, no Brasil, destinado a formação política e preparação sistemática de estudantes negros e negras para o acesso às universidades, sendo considerado o primeiro quilombo educacional do Brasil.

No coração da ideia, como sementes, as lutas antirracistas ao redor do mundo e a necessidade urgente de reunir a militância negra, em nível nacional, em torno da Educação. 

Com este propósito, a organização não-governamental já nasce diferenciada. Tem por base o resgate dos valores ancestrais dos estudantes, a partir do Movimento de Consciência Negra difundido pelo sul-africano Steve Biko. 

Daí o nome Instituto, escolhido em homenagem a um dos mais ferrenhos combatentes do regime de segregação racial do apartheid na África do Sul.

A diferença

Desde 1992, o Instituto Steve Biko desenvolve atividades no campo político e educacional que já resultaram em políticas públicas para o combate às desigualdades raciais, obtendo por isso o reconhecimento das principais instituições e movimentos sociais no país.

Destaque para o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, em 1999, do Ministério da Justiça; o Prêmio Cidadania Mundial, da Comunidade Bahái do Brasil, em 2003, e o XXIII Prêmio Nacional Jovem Cientista para Sheila Regina, uma das estudantes do Instituto.

Alunos prestam atenção em explicação durante ação do Instituto Cultural Steve Biko
Ação no Instituto Cultural Steve Biko (Imagem: Reprodução | Agência Nacional das Favelas)

Em sua pedagogia, o Instituto traz a disciplina Cidadania e Consciência Negra que pauta, em sala de aula, a autoestima e as lutas do povo negro no combate ao racismo, o resgate da cultura afrobrasileira, a religiosidade, a ancestralidade e a trajetória de ativistas que são referências na luta contra as desigualdades.

Sua atuação foca na educação inclusiva e antirracista para as comunidades negras do estado da Bahia e seus projetos são desenvolvidos para possibilitar o acesso às universidades, sobretudo às carreiras de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Leia a entrevista do professor e político soteropolitano Silvio Humberto, à frente da fundação do Instituto Steve Biko, clicando aqui.

A referência

Stephen Bantu Biko – para nós, Steve Biko – era líder estudantil quando, nas décadas de 1960 e 1970, tornou-se ativista contra a segregação racial na África do Sul, conhecida pela expressão “apartheid”.

Steve Biko com olhar impactante
Steve Biko (Imagem: Reprodução)

Ele fundou o Movimento da Consciência Negra. E, com seus escritos e ativismo, capacitou e mobilizou grande parte da população negra urbana para o combate ao racismo.

 “Black is beautiful.”

Esta é uma de suas frases mais simples e famosa que, na versão estendida, em suas próprias palavras, significa dizer:

“Você está bem como você é. Comece a olhar para si mesmo como um ser humano.”

O fim

Em 18 de agosto de 1977, o líder foi preso em uma barreira policial e interrogado por oficiais da polícia. O interrogatório durou 22 horas e incluiu tortura e espancamento, o que levou o ativista a ficar em estado de coma.

Ele morreu em 12 de setembro de 1977, menos de um mês após sua prisão em Pretória.

Foto em preto e branco com diversos negros retintos caminhando carregando cartazes com imagens de Steve Biko
Funeral de Steve Biko em 1977 (Imagem: Reprodução | Times Media Archives)

Steve Biko é reconhecido como mártir do movimento anti-apartheid

Ele nunca foi membro do Congresso Nacional Africano, mas está no panteão dos heróis de luta. Sua imagem esteve presente nos cartazes durante as primeiras eleições não-raciais da África do Sul em 1994 – 17 anos após a sua morte. 

Nelson Mandela, então eleito presidente, disse a respeito de Biko:

 “Eles tiveram que matá-lo para prolongar a vida do apartheid”.

Biko nasceu em 18 de dezembro de 1946 e viveu apenas 31 anos.


Fontes :Instituto Cultural Steve Biko, Wikipédia

Escrito em fevereiro de 2024

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