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Gabrielle Douglas, o esquilo voador, a campeã olímpica

Londres 2012. Ela é o ponto de partida , a primeira ginasta negra a conquistar o ouro da ginástica artística em uma apresentação individual.

Gabby Douglas (Imagem: CNN)
Gabby Douglas (Imagem: CNN)

Era uma quinta-feira, dia 2 de agosto de 2012, Londres. A americana  Gabrielle Douglas, com 16 anos de idade, tem um super duelo a vencer, contra duas ginastas da Rússia, país reconhecido como o melhor nesta modalidade esportiva. E ela vence!

Gabby Douglas mostra porque tem o apelido de “esquilo voador” , encanta  pelo seu desempenho aéreo nas barras assimétricas , no salto, no solo e na trave, e se torna  a primeira ginasta negra a conquistar o ouro olímpico em apresentação individual na ginástica artística.

Ela  fez uma prova extraordinária, com regularidade em  todos os aparelhos, conquistou um total de 62,232 pontos. A melhor nota veio no salto sobre o cavalo, em apresentação quase perfeita, avaliada em 15.966.

A jornada

Gabrielle Douglas vem ao mundo em 31 de dezembro de 1995, nos Estados Unidos, abre caminho para a ginástica feminina nos Estados Unidos e se torna, também, a primeira pessoa americana – destaque-se, afro americana – a ganhar medalhas de ouro em geral e por equipe nos mesmos Jogos.

Os sinais de que Gabby era diferente aparecem quando ela ainda é bem pequena. Aos três anos, a criança já escala os batentes das portas de sua casa. Uma semana depois de sua irmã mais velha mostrar uma cambalhota, ela faz o mesmo com um braço só. Aos nove anos, sonha ser uma campeã olímpica.

Aos seis anos de idade, tem início sua jornada de atleta. E não sem dores e insegurança. Antes de ganhar sua primeira medalha de ouro, ela se feriu sete vezes durante o Campeonato Nacional do seu país e tudo foi transmitido pela televisão.

Para que seguisse em frente, houve necessidade de uma nova equipe técnica e regime para persuadi-la de que poderia perseverar em si mesmo. E neste confronto consigo mesmo, saiu vitoriosa.

Na elite

Passados cinco anos, ela abre mão da vida em família e vai morar em Iowa, para treinar com o célebre técnico Liang Chow. O sacrifício vale a pena. Com apenas 16 anos, é coroada campeã mundial por equipe, em sua primeira temporada sênior no Campeonato Mundial de 2011 em Tóquio, no Japão, e ocupa o lugar pioneiro de primeira mulher negra a conquistar uma medalha de ouro olímpica no individual geral.

Por três vezes, Gabby integra a seleção norte-americana de ginástica e o título olímpico de Londres 2012  é o terceiro consecutivo dos Estados Unidos no individual geral da ginástica feminina, o que a coloca na elite da ginástica olímpica, ao lado de Nastia Liukin, campeã em Pequim 2008,  e Carly Patterson,  campeã em Atenas 2004.

Paris 2024

Gabby Douglas nas está nas Olimpíadas de Paris – bem que queria. Depois de oito anos sem disputar um grande torneio – desde as Olimpíadas do Rio 2016 – , ela voltou a competir em abril de 2024 no American Classic. Durante a competição, a ginasta caiu duas vezes nas barras assimétricas em sua primeira rotação e desistiu do restante da competição.

Com 28 anos de idade, ela se classificou para competir em três aparelhos – salto sobre a mesa, barras assimétricas e trave -, mas não atingiu a pontuação mínima para competir no individual geral no Campeonato Nacional dos Estados Unidos, que a levaria de volta às Olimpíadas.

Mesmo assim, em seu rápido retorno, Gabby Douglas pode ouvir a multidão gritando seu nome, celebrando os seus feitos.

Conheça histórias de ginastas que vieram depois dela, como Rebeca Andrade, Simone Biles, Diane de Santos entre outras atletas negras que confrontaram o racismo e a questão de gênero nos esportes, derrubando muralhas.

Fontes: Ge-Globo, Paris Olimpics, O Tempo

atualizado em agosto de 2024

2 comentários em “Gabrielle Douglas, o esquilo voador, a campeã olímpica”

  1. Não me lembrava sobre o post da Gabrielle… Sua explosão no solo me lembrou a potência da Daiane dos Santos. Mas a brasileirinha tem mais gingado, pelo menos no solo. Ela literalmente sambou na cara da sociedade hipócrita e racista que vivemos. Pena não ter sido medalhista olímpica. Mas o fato de ter sido a primeira negra campeã mundial no solo já é algo que me deixa orgulhoso. Gabrielle e Daiane, assim como Serena Willians, garantiram seus lugares na história. Isto ninguém tira!!!

  2. Pingback: Olimpíadas, questão de gênero e raça • Primeiros Negros

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