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Rebeca Andrade: A ginasta preta n° 1

Oi, pessoal! Hoje vamos falar sobre uma verdadeira estrela da ginástica artística: Rebeca Andrade. Essa brasileira incrível, vinda de Guarulhos, São Paulo, não só conquistou o mundo com suas performances espetaculares mas também quebrou barreiras, sendo a primeira brasileira a ganhar ouro na categoria individual geral e a primeira atleta do Brasil a levar duas medalhas numa mesma edição das Olimpíadas. Vamos mergulhar na história dessa pioneira que leva o funk da favela para cada apresentação, mostrando que talento e determinação não têm limites.

Brasileira, da Grande São Paulo, da cidade de Guarulhos, Filha de Mãe Solo, Mulher, Preta, Excelência, Campeã Olímpica, Campeã Pan-americana, Pioneira Ouro, Pioneira Prata, Pioneira Bronze, leva o Funk da Favela para o tablado da Ginástica Artística. Faz História!!!!

Rebeca Andrade em sua performance que, além de trazer medalha de ouro para o Brasil, fez as emissoras baterem recordes de audiência (Foto: Jonne Roriz/COB)
Rebeca Andrade em sua performance que, além de trazer medalha de ouro para o Brasil, fez as emissoras baterem recordes de audiência (Foto: Jonne Roriz/COB)

– Primeiros Negros

Rebeca Rodrigues de Andrade nasce no século XX para brilhar no século XXI. Ela é de 8 de maio de 1999 e em 2022 se torna a primeira brasileira a conquistar o ouro na categoria individual geral da ginástica artística

Sua carreira começa em 2012  e nos Jogos Olímpicos de 2020,em Tóquio, no Japão, ela já se torna a primeira ginasta brasileira a ser campeã olímpica e a primeira atleta do Brasil a ganhar duas medalhas numa mesma edição das Olimpíadas. Atleta preta e  também a primeira latino-americana que se sagra medalhista e campeã olímpica na ginástica artística feminina.

Em 2021, a paulista de Guarulhos amplia seus feitos históricos, no Mundial realizado na cidade japonesa de Kitakyushu e torna-se a primeira brasileira a conquistar duas medalhas em uma única edição do torneio, levando o ouro no salto e a prata nas barras.

No ano seguinte, em outro pioneirismo, conquista o ouro na categoria individual geral – feito que a coloca na posição de primeira ginasta brasileira campeã mundial em duas categorias distintas.

Daianinha de Guarulhos”

Rebeca começa a treinar aos quatro anos de idade no Ginásio Bonifácio Cardoso, em um projeto social de iniciação ao esporte da prefeitura de Guarulhos, cidade da Grande São Paulo. Lá, ela fica conhecida como a “Daianinha de Guarulhos” em alusão à Daiane dos Santos,do “Brasileirinho”, uma de suas ídolas na ginástica, com quem chegou a treinar em 2009.

Em 2012, com apenas 13 anos e em seu primeiro campeonato como profissional, Rebeca conquista o Troféu Brasil de Ginástica Artística, superando ginastas de renome no cenário nacional, como Jade Barbosa e Daniele Hypolito.

Em abril de 2015, estreia nas competições adultas internacionais na Copa do Mundo de Ginástica, na Eslovênia, onde compete nas finais das paralelas assimétricas ficando em terceiro lugar com 12.800 pontos – Medalha de Bronze.

Adulta

Em 13 de maio de 2017, também na Eslovênia, Rebeca conquista sua primeira medalha de ouro nas competições adultas após a prova de salto sobre a mesa.

Nos Jogos Olímpicos de 2020,  a atleta faz história com  uma inédita medalha da ginástica feminina em Olimpíadas. Na disputa do Individual Geral fica com a prata. Já na disputa do salto, é medalhista de ouro – a primeira mulher ginasta campeã olímpica do Brasil e a primeira atleta brasileira com duas medalhas em uma mesma Olimpíada, uma jovem preta.

E Rebeca também brilha, nos Jogos de Tóquio, como porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de encerramento, em 2020, confirmando a potência negra africana do Brasil.

No Mundial de 2021, ultrapassa recordes ao ser a primeira brasileira a conquistar mais de uma medalha em um campeonato mundial de ginástica artística, após tornar-se medalhista de ouro no salto e medalhista de prata nas assimétricas.

No ano seguinte, no Mundial de 2022, a atleta se torna a primeira ginasta brasileira a conquistar o ouro na categoria individual geral.

Campeã olímpica, com dois pódios em Liverpool, Inglaterra, celebra sua jornada, no Mundial de Ginástica Artística com um inédito ouro no individual geral e um bronze no solo

“Eu estou muito orgulhosa de tudo que  fiz na competição, mesmo com os erros eu consegui me manter focada sabendo que vinham outros dias importantes, outros aparelhos importantes também. E eu acho que é disso que o Brasil precisa. Dessa confiança, dessa garra, dessa evolução como equipe. Individualmente eu também estou muito feliz.”
(palavras de uma pioneira profissional preta, que reconhece a sua humanidade)

Com dois pódios, Rebeca repete em Liverpool o número de medalhas conquistadas nas Olimpíadas de Tóquio, capital do Japão, e no Mundial na cidade japonesa de Kitakyushu em 2022.

É fato que, como ela mesma declarou, nem tudo foi perfeito. Um erro no segundo salto da classificatória a tirou da final do aparelho em que é a atual campeã olímpica. E sofreu quedas nas decisões das barras assimétricas e da trave.

Mas, saliente-se, bateu o recorde de finais para uma brasileira, brigando por cinco medalhas. Sem dúvida, suas conquistas na Inglaterra pesaram mais que as suas falhas.

E, detalhe que importa: ela concluiu a temporada sem lesões.

Como Rebeca afirma:

“Qualquer medalha é bonita.”

Em 2023, o foco da nossa atleta e da equipe brasileira é buscar a classificação olímpica durante o Mundial da Antuérpia, na Bélgica, e investir em uma nova coreografia solo.

O “Baile de Favela”, coreografia que a fez brilhar, já chegou ao limite de quatro temporadas. E dela, Rebeca se despediu com o bronze de Liverpool:

“É difícil, porque as pessoas gostaram muito de Baile de Favela e era uma música que eu gostava muito de me apresentar. Eu me identifiquei com ela, pela batida, musicalidade, é uma coisa muito brasileira, acho que por isso eu fazia tão bem e as pessoas gostaram tanto das minhas apresentações. Mas, ao mesmo tempo, eu fico feliz porque é um ciclo que se encerra. Espero muito achar uma música tão boa quanto essa que as pessoas gostem e eu goste de fazer também para ficar mais bonito.”

Chile

Já está confirmada a participação de Rebeca Andrade nos Jogos Pan Americanos de Santiago, que começam em 20 de outubro de 2023:

É surpreendente, porque eu fiz o caminho contrário: primeiro fui aos Jogos Olímpicos, depois a um Mundial e, agora, vou participar dos meus primeiros Jogos Pan-Americanos. Vai ser sensacional.”.

É fato. Rebeca conquistou primeiro medalhas de ouro nas Olimpíadas, depois em um Mundial e em outubro, na capital chilena, vai em busca do título inédito na sua primeira participação em jogos pan-americanos.

Ao todo, Rebeca Andrade e companhia somam 15 medalhas olímpicas – ouro e prata da ginasta brasileira -, 41 títulos mundiais – dois dela — e 16 pódios pan-americanos. Rebeca não competiu nem no Pan de Toronto 2015 nem em Lima 2019.

Aos 24 anos, a medalhista olímpica sustenta o título de maior ginasta brasileira – pressão com que a jovem diz lidar com tranquilidade e orgulho.  

Ativismo esportivo

Nascida em uma família humilde de sete irmão, filha de empregada em casa de família, fala com orgulho de mulher preta sobre suas conquistas:

“É para mostrar do que o preto é capaz. Sinto orgulho de levar essa música para o mundo todo. No Brasil, é preciso entender as dificuldades que uma pessoa preta tem de chegar no alto rendimento, de ter oportunidades… Para chegar aqui tive ajuda dos vizinhos, que emprestaram dinheiro, ajudaram com condução, fiquei na casa dos outros… Essa medalha representa toda minha luta. Estou feliz de ser quem eu sou, de fazer história.

Da esquerda para a direita, Yago, Igor, Henrique e Emerson, quadro dos sete irmão de Rebeca. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress)
Da esquerda para a direita, Yago, Igor, Henrique e Emerson, quadro dos sete irmão de Rebeca. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress)

Rebeca, na sua última apresentação, chegou ao ouro com uma apresentação quase perfeita, mas por mais de uma vez comentou suas falhas, de bem com a sua performance: 

“Tive alguns arranca-rabos com ela [a barra], mas segurei firme, fui até o final. Isso é ginastica: estar tão concentrada que você não erra, ou se erra chega até o final. Vejo o quanto estou evoluindo como atleta e é muito importante para mim.”…

Lesões

Uma série de lesões graves atrapalharam a carreira da ginasta. Até Rebeca, nenhuma atleta mulher do Brasil havia subido ao pódio mais de uma vez na mesma edição dos Jogos Olímpicos. E a ginasta fez isso em uma das modalidades mais nobres dos Jogos.

Desempenho como o dela, de ouro e prata em uma mesma edição dos Jogos, é inédito no esporte brasileiro. Cesar Cielo, que temia perder seus recordes mundiais nos 50m e nos 100m livre da natação, acabou perdendo o posto de melhor campanha da história brasileira. Em Pequim-2008, ele levou um ouro e um bronze. Agora, a rainha é Rebeca Andrade.

O protagonismo no esporte brasileiro é de uma mulher preta. Só há Rebeca como maior de todas porque um dia houve Aída dos Santos e outras pioneiras negras, brasileiras e olímpicas que vieram antes.

E pensar que a nossa ginasta mais completa passou por três cirurgias para recompor o ligamento cruzado do joelho nos últimos cinco anos, cada uma delas com recuperações de seis a nove meses!!! 


Rebeca estuda Psicologia na faculdade e contou em entrevista à Universa a fórmula que a ajuda a administrar o desafio de superar suas próprias marcas: acompanhamento psicológico, treinamento em equipe e, quando tem tempo livre, dancinhas no TikTok.

Abaixo, o link de um vídeo da Rebeca fazendo a apresentação:

Fontes: Revista Forum, GE, GE – Blog Olímpico, Rede do Esporte, Uol – Olhar Olímpico , Uol – Universa, Wikipedia

atualizado em agosto de 2023

Rebeca Andrade: A Ginasta que Dançou Funk no Pódio Olímpico

Rebeca Andrade, nascida em 8 de maio de 1999, em Guarulhos, São Paulo, é uma ginasta brasileira que se destacou no cenário mundial por suas conquistas históricas. Começando sua carreira em 2012, Rebeca rapidamente se tornou um nome reconhecido na ginástica artística, alcançando o ápice de sua carreira nos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio, onde se tornou a primeira ginasta brasileira a ganhar uma medalha de ouro olímpica e a primeira atleta do Brasil a conquistar duas medalhas em uma única edição das Olimpíadas. Além disso, Rebeca é a primeira latino-americana a se tornar medalhista e campeã olímpica na ginástica artística feminina. Suas conquistas não param por aí: ela também é campeã mundial em duas categorias distintas, consolidando sua posição como uma das maiores ginastas da história do Brasil.

Quem é Rebeca Andrade? Rebeca Andrade é uma ginasta brasileira de Guarulhos, São Paulo, reconhecida por ser campeã olímpica e mundial, além de ser a primeira brasileira a conquistar ouro na categoria individual geral da ginástica artística.

Quais são as principais conquistas de Rebeca Andrade? Rebeca é campeã olímpica, campeã pan-americana, e pioneira em várias categorias, incluindo ser a primeira brasileira a ganhar ouro na categoria individual geral e a primeira atleta do Brasil a levar duas medalhas numa mesma edição das Olimpíadas.

Como Rebeca Andrade começou na ginástica artística? Rebeca começou a treinar aos quatro anos de idade em um projeto social de iniciação ao esporte da prefeitura de Guarulhos, rapidamente destacando-se e sendo conhecida como a “Daianinha de Guarulhos”.

Qual é o significado das conquistas de Rebeca Andrade? As conquistas de Rebeca representam não apenas seu talento e dedicação, mas também a força e a resiliência da mulher preta no esporte, quebrando barreiras e servindo de inspiração para muitos.

Quais são os próximos objetivos de Rebeca Andrade? Após despedir-se da coreografia “Baile de Favela”, Rebeca foca na classificação olímpica durante o Mundial da Antuérpia, na Bélgica, e busca novas coreografias que representem tão bem sua identidade e talento quanto a anterior.

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