Pular para o conteúdo
InícioPioneirismo NegroMarta, a maior do futebol

Marta, a maior do futebol

Você já ouviu falar de Marta Vieira da Silva? Conhecida simplesmente como Marta, essa atacante extraordinária não é apenas uma jogadora de futebol; ela é um ícone, uma pioneira que superou Pelé em número de gols e se tornou a primeira mulher a jogar uma partida internacional de futebol masculino. Marta é a prova viva de que talento e determinação podem quebrar barreiras. Vamos mergulhar na história dessa lenda do futebol e descobrir como ela se tornou a maior do mundo.

Pioneira. Supera Pelé em gols. Só ela ostenta pés femininos no hall da fama do Maracanã. Melhor jogadora do mundo por cinco anos seguidos. Maior artilheira da história da seleção canarinho, masculina e feminina…

Marta em campo. Foto: via getty images

Marta Vieira da Silva, a atacante Marta, é a primeira mulher e negra – ou primeira negra e mulher – a jogar uma partida internacional de futebol masculino. Primeira  jogadora de futebol feminino nacional.

Embaixadora da Boa Vontade, eleita pela Organização das Nações Unidas. Bola de Ouro, Chuteira de Ouro e eleita, pela Fifa – Federação Internacional de Futebol -, a melhor jogadora do mundo por seis vezes, sendo cinco anos seguidos, entre 2006 e 2010 –  um recorde entre mulheres e homens.

Supera Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, em número de gols com a camisa da seleção brasileira. Maior artilheira da história das Copas do Mundo de Futebol Feminino. Uma entre os 100 brasileiros e brasileiras mais influentes do ano de 2009, segundo a revista Época.

No começo, quase nada

Marta  nasce no sertão nordestino, na pequena Dois Riachos, interior de Alagoas, em 19 de fevereiro de 1986. Com um ano de vida, o pai deixa a família. Desde então, ela e seus três irmãos – Angela, José e Valdir – são criados pela mãe, Tereza da Silva.

Para ajudar no sustento de casa, Marta dividia o tempo em que não estava nos campos de “pelada”, onde se joga futebol amador, pelo trabalho,  empurrando carrinho de mão na feira. E também vendia roupas e sacolés e lavava prato na casa das famílias de amigas.

Futebol na área

Aos seis anos de idade, Marta passou a acompanhar os primos nas brincadeiras com bola no quintal da avó. A família tinha talento para o futebol: seus primos eram considerados os craques de Dois Riachos. 

Jogava descalça e enfrentava a implicância e o machismo das crianças – menina jogando bola no sertão alagoano era um tabu e tanto. E ela era a única  no grupo. Foi chamada de mulher-macho, ofendida e caçoada. Se flagrada jogando bola por um dos irmãos, corria o risco de apanhar. Mas superou a tudo e a todos.

Marta camisa 10 da seleção. Foto: Reprodução/Top View

Aos 13 anos,  já participava de vários torneios locais de futebol como titular de um time masculino, até que teve de sair de um jogo quando um treinador rival ameaçou tirar o time de campo se ela jogasse. 

A sorte é que quem coordenava o campeonato percebeu o seu  talento  e a levou para o Rio de Janeiro. Bastaram alguns minutos com a bola no pé para ser aprovada no Vasco da Gama.

Aos 14 anos, Marta é considerada a melhor jogadora do campeonato brasileiro sub-17.

No Vasco, não tinha salário, mas uma bolsa de R$ 400. Fica no time de  2000 a 2002. É emprestada ao Santa Cruz, de Minas Gerais, onde passa duas temporadas, até ser negociada a sua venda para um clube da Europa.

E a menina cresce

No Umeå IK, da Suécia, ela vai da bolsa de R$ 400 para um salário equivalente a três mil reais – atualmente, com patrocínios, salário, bônus e propaganda, Marta ganha em torno de 35 mil dólares por mês.

Em quatro anos de trabalho, é eleita artilheira, melhor atacante em 2007 e 2008, e conquista quatro campeonatos suecos de futebol feminino consecutivos, além de um título da Copa da Suécia e um da Liga dos Campeões.

Depois,  passa cinco anos no Brasil, em 12 de janeiro de 2009, anuncia sua transferência para o Los Angeles Sol dos Estados Unidos, onde conquista mais uma vez a artilharia e um vice-campeonato para o clube.

Marta foi bicampeã da Liga da Suécia de Futebol Feminino em 2014-2015, e vice-campeã em 2016. Foto: via getty images

Em 2011, ainda nos Estados Unidos, joga para o FC Gold Pride e cumpre o ritual de sempre: conquista artilharia e o título de campeã da Liga de Futebol Feminino americana.

De volta a Suécia em fevereiro de 2012, dá ao Tyresö FF, seu novo clube, o primeiro título da Liga Sueca – o quinto da jogadora.

Após a falência do Tyresö em 2014, Marta,  com a equipe do FC Rosengård torna-se bicampeã da Liga da Suécia de Futebol Feminino, 2014-2015, e vice-campeã em 2016.

No Brasil

Em 2003, Marta começa a vestir a camisa da seleção brasileira.

Durante o período que foi atleta do Los Angeles Sol, esteve por empréstimo no Santos Futebol Clube por três meses, o suficiente para ser campeã da Copa Libertadores e da Copa do Brasil Feminina, em 2009. Também voltou em 2010, atuando por apenas dois meses.

Com a seleção brasileira, são duas as medalhas de ouro, ambas nos Jogos Pan-americanos de 2003 e 2007, quando também lidera a artilharia da competição com 12 gols. Nos Jogos Olímpicos, conquista medalhas de prata em 2004 e 2008.

Marta é escolhida a melhor jogadora da Copa Bola de Ouro. Foto: via getty images

Em 27 de setembro de 2007, na partida de semifinal na Copa do Mundo de Futebol Feminino, na China, contra os Estados Unidos, marca o gol mais bonito da competição – para alguns, o gol mais bonito de toda  a existência do torneio – e ajuda o Brasil a chegar, pela primeira vez em sua história, à final dessa competição.

Nosso páis fica em 2º lugar e Marta é escolhida a melhor jogadora da Copa, recebe o prêmio Bola de Ouro e também de artilheira da competição com 7 gols.

Marta não consegue chegar ao ponto mais alto do pódio, com o Brasil, apesar de ter participado de quatro Copas do Mundo e três Olimpíadas.

Conquistas no detalhe

Escolhida como melhor futebolista do mundo por seis vezescinco de forma consecutiva, 2006 a 2010 -, é recorde entre mulheres e homens. O sexto título é de 2018 – em 2019, o argentino Lionel Messi atinge a mesma marca, mas só em número de troféus.

No duelo entre Itália e Brasil, pela fase de grupos da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019, marca seu décimo sétimo gol, que a  consagra como a maior artilheira da Copa do Mundo de Futebol Feminino , a pessoa com o maior número de gols em Copas do Mundo e a primeira – e até hoje única –   a marcar gols em cinco edições diferentes do torneio: em 2003, três gols; em 2007, sete gols; 2011, quatro gols; 2015, um gol, e 2019, dois gols.

Marta no Hall da Fama do Futebol. Foto: Mauro PIMENTEL / AFP/ via: gazeta esportiva

Desde 2015, Marta é a maior artilheira da história da seleção brasileira, masculina e feminina, com 110 gols e supera Pelé. Atualmente, ela possui 117 gols e Pelé, 95.

Na partida em que bate este recorde com a camisa de seleção brasileira, em 9 de dezembro de 2015, a atacante marca nada menos que cinco dos 11 gols da equipe, contra a seleção de Trinidad e Tobago,  durante o Torneio Internacional de Futebol Feminino.

Em 2019, no jogo entre a seleção da Itália e a do Brasil, Marta marcou seu 17º gol em mundiais, ultrapassando Klose, que era o maior artilheiro em mundiais, com 16 gols – aos 17 anos, em 2003,três gols; em 2007, sete gols; 2011, quatro gols; 2015, um gol, e 2019, dois gols. Ela é a maior artilheira de todas as Copas do Mundo Femininas. Dos 17 gols que Marta marcou em Copas do Mundo, 16 foram com a perna esquerda. No total, são 10 gols com a bola rolando e sete de pênalti.

Honras

Marta é a única mulher com a marca dos pés em um molde no local que carrega memórias de grandes jogadores do futebol nacional, o Museu do Maracanã.   A homenagem veio depois que ela conquistou sexto prêmio de melhor jogadora do mundo, em 2018. O molde fica em um espaço com o nome de “Rainha Marta”.

Em 2007, também, Marta teve os pés registrados em uma placa de gesso, mas o objeto sumiu ninguém sabe como.

Quando, em 2018, a Organização das Nações Unidas nomeou Marta como Embaixadora da Boa Vontade para mulheres e meninas no esporte, coroou-a como exemplo de superação, inspiração para jovens atletas e símbolo da luta pela igualdade de gênero no esporte.

Casada

Marta e Toni em fotos compartilhadas nas redes sociais das duas — Foto: Reprodução/Instagram

2021 começa com a nossa  rainha do futebol feminino mundial anunciando o  casamento com a sua colega de time, a zagueira americana Toni Deion Pressley.

“Mais um capítulo da história que estamos escrevendo juntas”, postou Marta na legenda de um ensaio em que ambas aparecem com um luxuoso anel de noivado, enquanto Toni, 30, resumiu o momento com um simples “Yes”, dando a entender que o pedido partiu de Marta.

Companheiras na equipe do Orlando Pride, dos EUA, desde 2017, Marta e Toni assumiram o namoro após dois anos e superaram um momento delicado logo no início da relação, quando a americana foi diagnostica com câncer de mama.

+ 1 pioneirismo

Em 21 de julho, dois dias antes da abertura oficial das Olimpíadas de Tóquio 2021, Marta tornou-se a primeira jogadora de futebol da história a marcar em cinco edições seguidas dos Jogos Olímpicos ao anotar duas vezes na goleada de 5 x 0 do Brasil sobre a China, no Estádio de Miyagi, em Rifu, na estreia da seleção feminina de futebol.

Fontes: ebiografia, Época, Wikipédia, Brasil Escola, Bol, Veja

Atualizado em maio de 2023


Marta: A Lenda Viva do Futebol Feminino e Sua Jornada Incomparável

Marta Vieira da Silva, mais conhecida como Marta, é uma das maiores jogadoras de futebol de todos os tempos. Nascida em uma pequena cidade do interior de Alagoas, ela superou desafios inimagináveis para se tornar a maior artilheira da história da seleção brasileira, superando até mesmo Pelé. Com seis títulos de Melhor Jogadora do Mundo pela FIFA, Marta é um símbolo de superação, talento e dedicação. Sua jornada inclui passagens por clubes no Brasil, Estados Unidos e Suécia, onde acumulou prêmios, reconhecimentos e quebrou recordes. Além de suas conquistas em campo, Marta é uma inspiração fora dele, lutando pela igualdade de gênero no esporte e servindo como embaixadora da ONU para mulheres e meninas no esporte.

• Quem é Marta Vieira da Silva? Marta Vieira da Silva, conhecida como Marta, é uma jogadora de futebol brasileira reconhecida como uma das maiores do esporte, superando Pelé em gols pela seleção brasileira e sendo a primeira mulher a jogar uma partida internacional de futebol masculino.
• Quantas vezes Marta foi eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA? Marta foi eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA seis vezes, sendo cinco delas consecutivas entre 2006 e 2010.
• Qual é o recorde de Marta na Copa do Mundo de Futebol Feminino? Marta é a maior artilheira da história das Copas do Mundo de Futebol Feminino, com 17 gols marcados em cinco edições diferentes do torneio.
• Como Marta começou sua carreira no futebol? Marta começou sua carreira jogando futebol amador em sua cidade natal, Dois Riachos, Alagoas, enfrentando preconceitos e desafios por ser mulher em um esporte dominado por homens.
• Quais são algumas das conquistas de Marta fora do campo? Fora do campo, Marta foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade pela ONU para mulheres e meninas no esporte, reconhecida por sua luta pela igualdade de gênero e inspiração para jovens atletas.

1 comentário em “Marta, a maior do futebol”

  1. Pingback: Esportes e superação negra

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *