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Mary Beatrice, a negra que mais registrou patentes

Você já ouviu falar de Mary Beatrice Davidson Kenner? Se não, prepare-se para uma história fascinante. Mary não era apenas uma inventora genial; ela era uma força da natureza. Nascida em uma família onde a criatividade e a invenção eram o DNA, Mary ultrapassou barreiras e registrou cinco patentes, um feito notável para uma mulher negra naquela época. Imagine acordar de madrugada com uma ideia brilhante e passar o dia transformando essa visão em realidade. Isso era rotina para Mary, cujas invenções incluíam desde um absorvente íntimo externo até um porta-papel higiênico inovador. Mas sua jornada não foi fácil, marcada por desafios e preconceitos. Vamos mergulhar na vida dessa mulher extraordinária e descobrir como ela mudou o mundo com suas invenções.

Ela nasceu com genes de inventora. Na sua casa todo mundo tinha a imaginação fértil e fazia acontecer.  

Marry Beatrice (Imagem: Reprodução/Facebook)

Mary Beatrice Davidson Kenner inventou o absorvente íntimo externo um cinto sanitário com bolso para guardanapos sanitários à prova de umidade  e registrou cinco patentes – mais do que qualquer outra mulher americana e negra na história. Ele nasceu com genes de inventora.

Seu avô materno inventou o sinal luminoso tricolor para guiar comboio de trens – e teve a invenção roubada dele por um homem branco.

Sua irmã, Mildred Davidson Austin Smith, inventou, patenteou e vendeu comercialmente  jogos de tabuleiro

O absorvente criado por Mary (Imagem: Museu Underpinnings – Foto por Tigz Rice)

O pai, Sidney Nathaniel Davidson, em 1914, criou  um lavador de janelas para comboios, uma maca com rodas para ambulância e uma prensa de roupas para fazê-las caber em malas. Pela última invenção, recebeu oferta de uma empresa de Nova York de comprar a ideia por 20 mil dólares. Ele não vendeu a ideia, mas vendeu a prensa por 14 dólares. Antes de voltar à vida de pastor,  porém, fez a patente.

Questão de DNA

Mary Beatrice cresceu sabendo que ideias devem ser registradas e o que não lhe faltava eram ideias. Ela acordava de madrugada com invenções na cabeça e ocupava seu tempo desenhando modelos e os construindo. 

Quando viu água escorrendo de um guarda-chuva, por exemplo, inventou uma esponja que sugava a água da chuva e mantinha o chão da casa de seus pais seco e o amarrou na ponta de todos os guarda-chuvas da casa.

Com esse perfil pragmático e “faça-você-mesmo”, Mary Beatrice conseguiu uma vaga na prestigiada Universidade de Howard assim que se formou no ensino médio, em 1931. Mas precisou largar os estudos um ano depois por causa de problemas financeiros. 

Entre trabalhos de babá e em órgãos públicos, continuou anotando suas ideias para quando voltasse a estudar. 

O absorvente e o racismo

Para completar o pedido de patente do precursor do absorvente íntimo externo, inventado em 1912, foram necessários mais de 40 anos.

Mary sabia que assinar suas invenções era o caminho para não ser apagada da história como muitas mulheres já haviam sido. Mas só em 1956 conseguiu registrar o seu absorvente – uma ideia que reduzia muito as chances de a menstruação vazar -,  um sucesso comprovado e que tinha tudo para torná-la rica e até uma empresária de sucesso do setor de higiene pessoal.

Só que não. A primeira empresa a se interessar pelo produto, a Sonn-Nap-Pack Company mudou de ideia ao descobrir que Mary era negra. 

Resumindo a história: Mary não ganhou nem um tostão com a ideia genial do absorvente nem conseguiu voltar à faculdade. A patente expirou e passou a ser de domínio público, permitindo a livre fabricação.

Mas nada matava a sua criatividade. Entre 1956 e 1987, ela registrou cinco patentes pela criação de itens domésticos e pessoais: um novo e melhorado porta-papel higiênico, que prendia a ponta solta do rolo para facilitar o uso; uma escova para as costas que ficava presa à parede do chuveiro para uma higiene perfeita, conhecida como backwash; uma bandeja ajustável e um acessório de bolso para andadores, que tornava a viagem mais conveniente para os usuários.

Porta-papel higiênico (Imagem: Google Patentes)

Sem invenções

Profissionalmente, Mary trabalhou como arranjadora floral. Teve quatro floriculturas espalhadas em Washington e dirigiu seu negócio por  23 anos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou para o governo federal, acompanhando mulheres mais jovens para assistir aos bailes da base militar. Numa dessas noites, conheceu e se apaixonou por um soldado, com quem se casou em 1945. O casamento durou cinco anos.

Em 1951, ela casou-se com o boxeador peso-pesado James “Jabbo” Kenner. Juntos, eles adotaram cinco crianças.

Mary Beatrice Davidson Kenner atravessou o século XX,  viveu de 17 de maio de 1912 a 13 de janeiro de 2006. Seus primeiros passos foram em Charlotte, Carolina do Norte. 

Durante sua longa pesquisa para a série de livros ‘Forgotten Women (Mulheres Esquecidas), a escritora Zing Tsjeng descobriu muitas inexatidões históricas sobre invenções que mudaram a sociedade – segundo ela, a maioria foi atribuída a homens. Homens brancos.


Fontes: Hypness, Wikipédia

Inspire-se com a história de Valerie Thomas, mulher negra e inventora pioneira!

Mary Beatrice Davidson Kenner: A Inventora que Mudou a História com Suas Patentes Revolucionárias

Mary Beatrice Davidson Kenner foi uma inventora americana cujo legado transcendeu as barreiras raciais e de gênero. Nascida em 1912, ela se destacou por sua capacidade inata de inventar, uma habilidade que herdou de uma família criativa. Mary registrou cinco patentes ao longo de sua vida, incluindo um absorvente íntimo externo que prometia revolucionar a higiene feminina. Apesar do potencial de suas invenções, ela enfrentou o racismo, que impedia seu reconhecimento e sucesso financeiro. Além de suas contribuições para o mundo das invenções, Mary também teve uma carreira como arranjadora floral e dedicou-se à família, adotando cinco crianças com seu segundo marido. Sua história é um testemunho da resiliência e da criatividade, inspirando gerações futuras a perseguir suas paixões, independentemente dos obstáculos.

Quem foi Mary Beatrice Davidson Kenner? Mary Beatrice Davidson Kenner foi uma inventora americana conhecida por registrar mais patentes do que qualquer outra mulher negra na história, incluindo a do absorvente íntimo externo.

Qual foi uma das invenções mais notáveis de Mary Beatrice? Uma de suas invenções mais notáveis foi o absorvente íntimo externo, um cinto sanitário com bolso para guardanapos sanitários à prova de umidade.

Quantas patentes Mary Beatrice registrou ao longo de sua vida? Ela registrou cinco patentes ao longo de sua vida.

Mary Beatrice enfrentou desafios em sua carreira de inventora? Sim, ela enfrentou desafios significativos, incluindo o racismo, que afetou suas chances de sucesso comercial com suas invenções.

Como Mary Beatrice Davidson Kenner contribuiu para a sociedade além de suas invenções? Além de suas invenções, Mary contribuiu para a sociedade como arranjadora floral, gerenciando quatro floriculturas em Washington, e dedicou-se à sua família, adotando cinco crianças.

1 comentário em “Mary Beatrice, a negra que mais registrou patentes”

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