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InícioPioneirismo NegroOlimpíadas 2024 – Pioneirismos negros nos Jogos de Paris

Olimpíadas 2024 – Pioneirismos negros nos Jogos de Paris

Nós, os primeiros do planeta Terra, de origem africana, passadas centenas de séculos, continuamos registrando pioneirismos que derrubam as muralhas das várias faces do racismo – “instrumento” criado na luta por poder, terras e recursos, desde que o mundo é mundo.

Torre Eiffel com os arcos olímpicos, nas Olimpíadas Paris 2024 (Imagem: Wikimedia Commons)
Torre Eiffel com os arcos olímpicos, nas Olimpíadas Paris 2024 (Imagem: Wikimedia Commons)

As Olimpíadas surgiram na Grécia Antiga, por volta de 776 a. C., na cidade de Olímpia. Os Jogos Olímpicos da Antiguidade estavam associados a rituais religiosos e prestavam homenagens a deuses gregos, como Zeus. Após o fim das Olimpíadas antigas, em 393 d.C., os jogos voltariam a ocorrer somente 1503 anos depois…

2024 – Desta vez, o cenário é a europeia Paris, capital da França. França que até meados do século passado, o século XX, manteve invadidos, colonizados, países africanos como Marrocos, Tunísia, Guiné, Camarões, Togo, Senegal, Madagascar, Benin, Níger, Burkina Faso, Costa do Marfim, Congo, Gabão, Mali, Mauritânia, Argélia, Djibouti… França que, ao mesmo tempo, na atualidade, se ressente da presença de imigrantes em suas terras e celebra conquistas em seu nome. Mas a França não é a única…

A celebração de países racistas pela conquista de medalhas olímpicas pelo povo africano – em diáspora ou do continente – é um fato incontestável.

Alemanha

As pessoas diziam: ‘ele é negro, o corpo dele é todo sujo.’ Quando comecei a jogar basquete, pararam de falar.”

A lembrança é de Dennis Schröder de um tempo em que era o único aluno negro de sua turma no colégio em Brunsvique, cidade onde nasceu e cresceu na Alemanha.  Agora, ele volta a ficar isolado, mas dessa vez em um lugar único na história, o do primeiro atleta negro a levar a bandeira alemã na abertura dos Jogos Olímpicos.

Filho de pai alemão e mãe gambiana, Schröder fez do esporte a afirmação de sua identidade. Com  mais de uma década de carreira na NBA, ele viveu o seu apogeu no basquete em 2023,  vestindo as cores da Alemanha.

Jogador Mais Valioso da competição, Dennis conduziu seu país ao título inédito e invicto da Copa do Mundo de Basquete de 2023. Por isso, ele foi escolhido, em votação popular, como o porta-bandeira do país na cerimônia de abertura de Paris 2024.

Botswana

Letsile Tebogo bateu no peito e, sem desacelerar, cravou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris 2024. O velocista, de 21 anos, além de terminar em primeiro lugar nos 200m masculino do atletismo dos Jogos Olímpicos Paris 2024, conquistando a primeira medalha de ouro olímpica de seu país, bateu o recorde africano fazendo a prova em um tempo de 19s46.

Letsile Tebogo já foi comparado a Usain Bolt no Mundial sub-20 em 2021. Ele é também o primeiro atleta do Botswana a ganhar uma medalha de ouro nos 100m no nível do Campeonato do Mundo; em 2022, quebrou o Recorde Mundial Sub-20 na prova dos 100m e é o atual campeão africano de 200 metros. Sem contar que, ganhando o ouro apenas cinco dias após seu aniversário de 19 anos, conquistou o pioneirismo de ser o mais jovem medalhista de ouro na história da competição para o evento.

O vewlocista quase desistiu de participar da Olimpíada, devido à morte de sua mãe em maio de 2024. Mudou de ideia e decidiu levá-la para a pista com ele, registrando a data de nascimento e as iniciais do nome dela em seus calçados e unhas.

Brasil

O primeiro ouro de uma africana nascida no Brasil foi conquistado pela  judoca plus size Beatriz Souza, de 26 anos, na categoria de 78 k, nas Olimpíadas de Paris, ao derrotar a israelense Raz Hershko. 

Com pouco mais de dois minutos de luta, Beatriz aplicou o golpe decisivo que lhe garantiu a vitória. Ao término do combate, chorou de emoção, lembrando como o esporte foi fundamental para ela aprender a valorizar-se e recuperar a autoestima – desde a adolescência, se sentia desconfortável por ser muito grande e muito alta. 

Fazer as pazes com o espelho a ajudou também a pensar além da própria carreira. E investiu em uma marca de roupas plus size: “Eu sou sócia de uma loja de roupas com minha cunhada: Nega Chique.

Vale lembrar que Beatriz Souza chegou a Paris com um histórico de sucesso, incluindo uma medalha de bronze no Pan-Americano de Santiago 2023, ouro no Campeonato Pan-Americano de Calgary 2023, e bronze no Mundial de Doha 2023. 

O segundo ouro chegou pela performance de Rebeca Andrade, aos 25 anos, que já é a maior medalhista da história do Brasil nas Olimpíadas, superando toda a gente branca da nossa história com duas medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze. E “derrota” também outra grande das nossas, a afro americana Simone Biles – o principal nome da ginástica artística, até agora – por uma diferença de 0,033.

Assim, pela primeira vez na história das Olimpíadas, apenas atletas mulheres e negras conquistaram medalhas de ouro: Rebeca Andrade, na ginástica; Beatriz Souza, no judô, e a dupla Ana Patrícia e Duda Lisboa, no vôlei de praia, que venceram o Canadá.

No 9 de agosto de 20234, as duas venceram as canadenses, “reconquistaram” o ouro do vôlei feminino após 28 anos e Ana Patrícia falou da importância de ser uma vitória de raça e gênero:

“Ser mulher já é um desafio, ser uma mulher negra a gente sabe que fica ainda mais difícil. Acho que aqui é um espaço gigantesco para falarmos das nossas lutas, mas também para a gente mostrar as nossas conquistas. Porque a gente sabe de todas as batalhas que a gente já travou, trava e ainda vai travar”.

O já pioneiro Isaquias Queiroz conquistou a medalha de prata na canoagem na prova C1 1000m nas Olimpíadas de Paris. Ele saiu do quinto para o segundo lugar, tirando mais de 10 metros de diferença para os rivais na última parcial de 250 metros. Essa foi a quinta medalha do atleta em Jogos Olímpicos, o que o torna o segundo maior medalhista olímpico da história do Brasil!

E ele desabafa:

“É um peso que eu tiro das minhas costas. Muita gente não acreditou em mim (…) Poder chegar aqui em Paris, ser prata, ser porta-bandeira, Representar toda a minha Bahia, o meu Brasil, aqui em Paris, é uma felicidade incrível.”

Bia Ferreira, mais uma das nossas, conquista a primeira medalha do boxe brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris. Com resultado de 4 x 1, ela chega em 3º lugar na disputa – medalha de bronze. 

A judoca Rafaela Silva dá a volta por cima após doping e queda em Paris 2024 e  conquista medalha inédita, de bronze, na disputa por equipes.

E seguimos escrevendo a história do Brasil com nossa excelência africana…O atleta mineiro Luiz Maurício da Silva é o primeiro finalista olímpico do Brasil no lançamento de dardos, após 92 anos sem o país ter um representante na final da modalidade – ele ficou em 11º lugar, o melhor resultado nacional! Alcançou a marca de 85,91 metros, superando os 84m necessários e quebrando o próprio recorde sul-americano da prova.

No total, foram 20 as medalhas conquistadas pela equipe olímpica nacional – sete, de prata, e dez de 10 bronzes.

Cabo Verde

O pugilista David Pina garantiu a primeira medalha da história de Cabo Verde em Jogos Olímpicos. A decisão pela vitória de Pina foi unânime entre os juízes e assim o atleta de 27 anos já tem lugar garantido no pódio, resta saber somente a cor da medalha que levará no peito.

O boxeador, além da luta nos ringues, trava também uma luta diária para seguir o sonho como atleta:

“Só continuo porque tenho que honrar minha bolsa porque dei minha palavra. Mas depois disto, tenho que continuar com a minha vida, tenho filhos para alimentar e uma esposa. Mas meu treinador disse: ‘Você é um diamante, você nunca pode desistir. As pessoas só precisam saber o seu valor”. 

O pugilista derrotou o zambiano Patrick Chinyemba nas quartas de final do boxe, na categoria masculina até 51kg. O cabo-verdiano ainda almeja a medalha de ouro. Sua próxima luta será no domingo, 4 de agosto, contra o uzbeque Hsanboy Dusmatov.

O Cabo Verde estreou nos Jogos Olímpicos em Atlanta 1996, mas nunca havia subido ao pódio. Além disso, essa é a terceira medalha na história da África lusófona, sendo as duas de Moçambique.

Cuba

Mijain López é o primeiro lutador da história a competir em seis Jogos Olímpicos e o primeiro atleta a ganhar cinco medalhas de ouro consecutivas em modalidade individual nos Jogos Olímpicos – a luta greco-romana, categoria 130 kg. É um novo recorde histórico!

López disputou pela primeira vez uma Olimpíada em Atenas, em 2004, onde obteve a quarta colocação. Começou a vencer nos Jogos de Pequim 2008, depois Londres 2012 e passou a ser considerado “invencível”, no Rio, em 2016, em Tóquio, em 2021, e, em Paris 2024.

Natural de Pinar del Río, ele começou a levantar peso ainda criança, ajudando os pais a carregar caixas de legumes, verduras e café. Iniciou no esporte aos 10 anos, sofreu uma lesão aos 13 anos e quase abandonou a luta greco-romana. No entanto, aos 17 anos foi convocado pela seleção cubana e, cinco anos depois, representou seu país em Atenas. 

Registre-se: o cubano Mijain López tem 41 anos, 2m01 de altura e uns 140 quilos. A história de sua vitoriosa última luta olímpica durou exatos minutos! Sua última derrota olímpica foi em Atenas 2004 nas quartas-de-final. Somente agora, em Paris, ele sofreu um ponto. Antes, sempre ganhou por zero.

Dominica

A caribenha Thea Lafond apresentou a bandeira de seu país, Dominica, ao vencer a prova do salto triplo em Paris, e conquistar a primeira medalha em Jogos Olímpicos para o seu povo. E de ouro!

Na prova de salto triplo feminino, Lafond obteve a marca de 15m02 no segundo salto e ficou no ponto mais alto do pódio. 

Ela já havia batido este feito no Campeonato Mundial de Atletismo Indoor 2024 em Glasgow, Escócia em abril quando alcançou notáveis 15,01m.

Vale saber que Dominica é um país insular do Caribe – território composto por ilha ou grupo de ilhas -, com história de colonização e escravização europeia.

Estados Unidos

Kevin Durant, também conhecido por suas iniciais KD, é o único jogador na história do basquete masculino com quatro ouros olímpicos – 2012, 2016, 2020, 2024. Ele é o artilheiro da história do basquete olímpico masculino da equipe dos EUA, o primeiro atleta masculino a ganhar quatro medalhas de ouro em um esporte coletivo. Não é por acaso que o consideram um dos maiores jogadores da história da NBA, com a conquista de muitos prêmios da liga de basquete americano, entre eles, dois campeonatos, jogador mais valioso e quatro títulos de pontuação.

Annette Nneka Echikunwoke, nascida na Nigéria, é a primeira mulher americana de ascendência nigeriana a ganhar uma medalha olímpica no lançamento do martelo, de prata, alcançando 75,8metros.

A atleta visitou a Nigéria pela primeira vez em 2021, depois de optar por representar a Nigéria em 2020, e detém os recordes nigeriano e africano no martelo com a marca de 75,49m.

Depois de ser desqualificada para competir nas Olimpíadas de Tóquio, Annette optou por participar dos Jogos de Paris pelos Estados Unidos.

França

A seleção francesa conquistou a medalha de ouro na disputa por equipes nas Olimpíadas de Paris, com uma performance brilhante de judocas como Teddy Riner, Clarisse Abgegnenou e Romane Dicko – excelência negra nas artes marciais.

O francês Teddy Riner, 35, ganhou mais uma medalha de ouro nos pesos pesados do judô nas Olimpíadas de Paris 2024 e fez história ao derrotar o sul-coreano e campeão mundial Kim Minjong, com um ippon vitorioso, na tarde desta sexta-feira, 2.

Riner se tornou o judoca mais condecorado do esporte nos Jogos Olímpicos com quatro ouro e duas bronze, sendo um ouro por equipes mistas e as outras foram individuais.

O atleta, responsável por acender a pira olímpica de Paris 2024, também já conquistou 11 títulos mundiais e outros cinco europeus. Além de já ter ficado 10 anos sem ser derrubado por nenhum adversário.

Grécia

Além da Alemanhã, a Grécia, pela primeira vez, tem um negro como representante de sua seleção, como porta-bandeira: Giannis Antetokounmpo, de 29 anos,  astro do basquete, ala-pivô do Bucks.  

Panamá

Atheyna Bylon é a primeira mulher que conquista uma medalha na história do Panamá. Boxeadora e policial, ela nasceu em 6 de abril de 1989 e começou no esporte aos 19 anos e fez história ao derrotar Elżbieta Wójcik da Polônia, avançando para as semifinais, garantindo ao Panamá, não só a sua 4ª medalha olímpica, mas a primeira para uma atleta feminina e a primeira medalha fora do atletismo. Atheyna Bylon é prata!

Refugiados

A boxer camaronesa Cindy Ngamba garante a primeira medalha da história para a equipe de Refugiados nas Olimpíadas de Paris! Ela venceu a luta das quartas de final na categoria até 75 kg do boxe feminino.

Há 15 anos na Inglaterra, Ngamba não pode voltar ao país onde nasceu por ser lésbica, motivo de punição com até cinco anos de prisão em Camarões, no continente africano.

A equipe de refugiados nos Jogos de Paris é composta por 36 atletas – 23 homens e 13 mulheres, provenientes do Afeganistão, Síria, Irã, Sudão, Sudão do Sul , República Democrática do Congo, Eritréia, Etiópia, Camarões, Cuba e Venezuela.

República Dominicana

Marileidy Paulino é a primeira mulher da República Dominicana a conquistar uma medalha olímpica de ouro nos 400 metros femininos. Ela estabeleceu um novo recorde ao completar a prova com 48s17. A atleta conquistou a prata nos Jogos Olímpicos de Tóqui e é atual campeã mundial nos 400 metros.

Santa Lúcia

Julien Alfred, 23 anos, é a mulher mais rápida do mundo, é ouro nos 100m e conquista a primeira medalha da história de Santa Lúcia! Com o tempo de 10.72, a atleta levou a melhor na disputa. Dominando a prova do começo ao fim. O feito é histórico porque até hoje seu país de 160 mil habitantes, Santa Lúcia, no Caribe, nunca havia ganhado uma medalha olímpica. E não por falta de disputa. O fato é que, durante 16 anos, aconteceram vitórias consecutivas de jamaicanas consecutivas nos 100m feminino.

Vale saber que Santa Lucia (como Dominica) é um país insular do Caribe – território composto por ilha ou grupo de ilhas -, com história de colonização e escravização europeia.

Uganda

Conhecida como “A Pérola da África”, Joshua Chepteguei representa bem o valor de seu país na Olimpíada. Ele é o melhor corredor de 10 mil metros da história e conquistou a única medalha que lhe faltava no atletismo. Na primeira final da modalidade em Paris 2024, ele venceu a prova que mais queria.

Chepteguei, você é AB-SUR-DO! O atleta ugandense correu 10km em 26.43.14 e atingiu a melhor marca das

O tetracampeão mundial ganhou os 10 mil metros nos Jogos Olímpicos. Em 26 minutos, 43 segundos e 14 centésimos, Chepteguei cruzou a linha de chegada e estabeleceu um novo recorde olímpico. Ele já tinha a marca mais rápida do mundo desde 2020, mas queria brilhar também no palco mais importante do esporte, como a melhor marca das Olimpíadas.

Joshua Cheptegei já havia conquistado o ouro nos 5 mil metros em Tóquio 2020, onde foi prata nos 10 mil. É o atual recordista mundial nas duas distâncias.

Zâmbia

O país africano conquista a primeira medalha olímpica no atletismo em 28 anos com o velocista zambiano Muzala Samukonga, que garantiu a medalha de bronze com um tempo de 43’74, o que representa um novo recorde pessoal e nacional.

Muralhas, barreiras etc

Muito a celebrar, mas sem tempo para descanso. As Olimpíadas acontecem a cada quatro anos. Para resgatarmos nosso poder,  entretanto, é preciso atenção permanente e consciência de quem somos, para além de medalhas. Ouro, prata e bronze confirmam nossa excelência. Precisamos existir como humanidade!

Abaixo, “conquistas olímpicas” para além dos esportes:

Derrubada – O último pódio das Olimpíadas é formado por três mulheres negras! Na maratona feminina, Sifan Hassan, da Holanda, conquistou o ouro, Tigst Assefa, da Etiópia, ficou com a medalha de prata, e Hellen Obiri, do Quênia, ganhou o bronze.

Derrubada – Clarisse Agbegnenou, de 31 anos, é judoca, medalhista olímpica e mãe da Athena. A francesa foi responsável por mudanças significativas para mães atletas após cobrar o Comitê Olímpico Internacional. Nas Olimpíadas de Paris, foram disponibilizados quartos para que as francesas pudessem amamentar e ficar com os filhos durante os Jogos. 

Derrubada – Estreia do breaking dance como esporte globalmente reconhecido nas Olimpíadas de Paris – uma conquista do movimento negro, apesar das controvérsias. Se de um lado, o reconhecimento do breaking como esporte olímpico, permite que ele seja pautado na grande mídia, traz reconhecimento e visibilidade; de outro, pode ser descaracterizado em sua essência, como forma de protesto à participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, por meio da dança. O próprio verbo que nomeia a dança, break – quebrar – significa ruptura, tal qual a dança que rompe culturalmente com o sistema.

Derrubada – Vale o registro como conquista continental. Pela primeira vez, quatro mulheres africanas garantiram suas vagas na final: as atletas Ese Brume, Ruth Usoro e Prestina Ochonogor, da Nigéria, além de Marthe Koala, de Burkina Faso.

DerrubadaA velocista e modelo britânica Annie Tagoe se destacou nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 não apenas por seu talento esportivo, mas também pela cor da sua pele e foi considerada uma das atletas de pista mais belas do mundo.

Tago nasceu em Gana e aos 6 anos se mudou para o Reino Unido. Nos Jogos, ela representa a Grã-Bretanha, compete nas provas de 100m e 200m. Sua primeira aparição internacional foi nos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2010, em Cingapura, onde conquistou uma medalha de bronze no revezamento medley.

Derrubada – Mais diversidade e inclusão nos Jogos Olímpicos Paris 2024! Não para conquistas esportivas, mas pela conquista do direito de usar toucas adequadas para atletas negras e negros da natação.

Nas Olimpíadas de Paris 2024, pela primeira vez, atletas negros e negras podem usar a Soul Cap – touca é feita para comportar cabelos crespos, cacheados e tranças.

A touca havia sido vetada nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, após a Federação Internacional de Natação (FINA) alegar que o item não “seguia o formato natural da cabeça”. Mas em 2022, o acessório foi revisado e autorizado.

Para o Mundo Negro, Aline Silva (@alineluta), um dos principais nomes da luta olímpica e fundadora do projeto Mempodera, diz que a aprovação da touca é um ato de reparação:

“Quando a gente fala de valores olímpicos, estamos falando em celebrar a diversidade e unir os povos do mundo para interagir através dos esportes. Na era antiga, as Olimpíadas eram praticadas para celebrar a paz entre as guerras. A desautorização de utilizar artigos de culturas específicas como a touca preta é o que nunca deveria ter acontecido. A autorização, pra mim, é mais uma reparação a um erro que um ato em prol da diversidade”.

Leia o artigo Jogos Olímpicos: piscinas – território quase proibido!

Desafios a vencer:

A derrubar – O Comitê Olímpico da França impediu que a atleta francesa e muçulmana Sounkamba Sylla faça uso de seu hijab durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris. De acordo com informações do jornal Le Parisien, o comitê propôs que a velocista usasse um boné no lugar do hijab durante o desfile. Sylla aceitou o acordo, mas demonstrou indignação em uma postagem feita em seu perfil no Instagram.

A derrubarA boxeadora Marcelat Sakobi, da República Democrática do Congo, chamou a atenção do mundo com um gesto após ser derrotada nas Olimpíadas de Paris 2024. Com a mão na frente da boca e os dois dedos na cabeça, simbolizando uma arma, Sakobi denunciou a violência que assola seu país natal.

A derrubar – Segundo levantamento realizado pelo site Alma Preta, das Olimpíadas de Paris participaram apenas três técnicos são negros: Thierry Henry, o também francês Kaba Diawara, que comanda a equipe de Guiné, e Éric Chelle, ex-jogador da Costa do Marfim, à frente da seleção de Mali.

Fontes:  Dennis Schröder, Thea LaFond, Thea Lafond II, Julien Alfred, Beatriz Souza, Beatriz Souza – FSP, Beatriz Souza – Mundo Negro, Beatriz de Souza – Corpo Livre, Seleção Francesa de Judô, Seleção Francesa de Judô – Teddy Riner, Bia Ferreira, Rafaela Silva, Davi Pina, Davi Pina – Mundo Negro;  FSP 5/8/2024, Julien Alfred II, Cindy Ngamba, Refugiados, Joshua Ceptegei, Alemanha e Grécia, Hijab, Marcelat Sakobi – Alma Preta, Três técnicos – Alma Preta, 7 Mulheres – Alma Preta, Luís Maurício – Mundo Negro; Luís Maurício – Alma Preta, Amamentação, Breaking Dance, Midia Ninja – Breaking, Wikipédia, Paris 2024 Olimpics, Globonews, Uol, Conquista continental – Alma Preta, Brasil de Fato, Revista Fórum, Mídia Ninja – último pódio, Camisa 23, Metrópoles Esportes, CosPanamá, Moyo Africa, Gazeta Esportiva

Escrito em julho e 12 agosto de 2024

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