NOTA PRETA
COLUNA DE ECONOMIA POLÍTICA
por Tania Regina Pinto
Em ritmo de festa – por nossos 16 anos de Primeiros Negros, completados em maio de 2025 -, lançamos a coluna Nota Preta, salientando que esta é uma das poucas expressões em que a cor da nossa pele não é utilizada de maneira pejorativa.
“Nota Preta” significa “muita grana”, algo que perseguimos e que, apesar de todas as desigualdades que marcam nosso existir, temos garantido às nações do mundo, desde sempre – com a força do nosso trabalho e a venda compulsória dos nossos corpos, quando da escravização.
A ideia é ocupar este espaço para falar de Economia Política das Relações Raciais. O economista e vereador soteropolitano Silvio Humberto explica o que é esta abordagem nesta primeira edição da coluna.
Nosso olhar vai também para a nota preta amealhada pelos 23 bilionários negros do mundo, reunidos pela revista americana Forbes. Faltam mulheres neste seleto grupo, ainda – são apenas três. Mas a força do mulherismo se faz presente com a lembranca da “baiana do acarajé”, a primeira empreendedora.
Trabalho é outro tópico que compõe a coluna e os destaques de estreia são os chamados “negros de ganho”, os primeiros grevistas do Brasil, e os 16 anos do Laboratório Fantasma, dos irmãos Emicida e Fiotti, um case de inovação e sucesso absoluto que nasce na periferia da maior cidade do Brasil, São Paulo.
Em Nota Preta não vão faltar histórias de pioneiros africanos e afrodescendentes com dinheiro e sem dinheiro, mas compreendendo o cifrão como parte do nosso DNA. Afinal, somos os responsáveis pela riqueza do mundo também por conta das riquezas naturais em África, partilhadas na colonização europeia.
Escancarar as desigualdades, reparação, ações afirmativas e filantropia negra também estão no rodar.
A resposta que vamos buscar, sempre, é: O que podemos fazer, juntos, para ocupar nosso lugar de direito no mundo?
Que a coluna nos sirva de in$piração!
Você vai ler sobre:
Economia Política das Relações Raciais
A pessoa mais rica do planeta, um negro
Bilionários negros 2025, a prova dos nove
Brasil da desigualdade salarial, só um exemplo
A primeira empreendedora negra
Negros de Ganho
LAB Fantasma
EDIÇÃO 1

Economia Política das Relações Raciais
“Houve um tempo em que se negava o racismo e se afirmava que tudo era problema social. Só que nunca foi. A lógica do econômico sempre presidiu as relações”, indica o professor e doutor em Economia Silvio Humberto, titular da disciplina Economia Política das Relações Raciais.
Em sua sala de aula, ele debate sobre economia, política e os caminhos para o fim das desigualdades e da discriminação racial. E historia aos seus alunos como o “econômico estava submetido às relações sociais e, com a chegada do capitalismo, assumiu o poder, a ponto de ‘o mercado’ tornar-se uma entidade”.
“Mas sempre foi a Política e a Economia. Isso porque é a partir da forma como você produz, sobretudo como distribui o que se produz, é que se faz política”, explica o professor. “É a política que escolhe se você vai incluir ou excluir pessoas”, mas é a economia que dá a possibilidade do questionamento para resolver tudo.
Ao estabelecer um diálogo a partir da história econômica, para discutir desenvolvimento com um olhar para a questão racial, torna-se evidente que “negar o problema racial é um modo de não se debater o atraso econômico do país e garantir que poucos continuem a desfrutar da riqueza produzida pela escravização”.
“A Economia é Política” – resume o professor. “‘Desenvolvimento’ não é uma escolha só técnica, mas uma escolha política… E o racismo tem uma lógica própria, que ultrapassa o econômico.”
E cita como exemplo a capital baiana, Salvador, da qual é vereador: uma cidade de maioria negra que não se faz representar no poder.
“Por que?” – pergunta e responde Silvio Humberto: “Porque a questão não é só quantitativa. O racismo, como estrutura, transforma a maioria em minoria e, mais ainda, com comportamento de minoria!”
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A pessoa mais rica do planeta, um negro
De acordo com a revista americana Forbes, de negócios e economia, o imperador africano Mansa Musa detém o primeiro lugar absoluto no ranking das maiores fortunas da história!
Sua existência redefine a riqueza no mundo. Sua passagem por uma cidade desestabiliza a economia. É ele quem comanda o Império de Mali no começo do século XIV.
Em valores reajustados segundo a inflação atual, a fortuna pessoal de Mansa Musa equivaleria a 400 bilhões de dólares na ocasião de sua morte, em 1337!
Artigo da revista Super Interessante sobre este pioneiro, também, calcula que nem os maiores empresários do setor tecnológico ou da indústria do cinema chegaram aos pés do imperador africano.
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Bilionários negros, a prova-dos-nove
Homens, a maioria norte-americanos, seguidos por africanos, em especial da Nigéria… Apenas três mulheres, todas estadunidenses – Oprah Winfrey, com US$3 bilhões, a primeira bilionária americana; Rihanna, a mulher mais rica do mundo da música, com US$1,4 bilhão, e Sheila Johnson, co-fundadora da Black Entertainment Television, a mais “pobrezinha” do seleto grupo, com fortuna de apenas um bilhão.
O mais rico entre os negros é Aliko Dangote, da Nigéria – 83º lugar no ranking global -, com uma fortuna estimada em US$ 23,9 bilhões. Em apenas um ano, ele viu seu patrimônio crescer em mais de US$10 bilhões, impulsionado pela inauguração da maior refinaria de petróleo e gás da África — um projeto que levou 11 anos para sair do papel.
Os outros nigerianos são: Mike Adenuga (6,8), que começou com trader de commodities e hoje lidera a Globacom e a Conoli; Tope Awotona (1,4), fundador da Calendly, uma das plataformas de agendamento mais usadas no mundo; Femi Otedola (1,5), presidente da Geregu Power, gigante da área de energia, e Abdulsamad Rabiu (5,1), criador do BUA Group, que também investe em educação e saúde com sua fundação.
São reconhecidos, também, como bilionários filantropos, o empresário jamaicano-canadense Michael Lee-Chin (1,3), dono da Portland Holdings, outra referência em filantropia e educação, e o estadunidense Robert F. Smith, engenheiro fundador da Vista Equity Partners, um dos maiores doadores negros da história, com US$ 9,2 bilhões de fortuna…
Afro-americanos, aliás, se destacam entre os que têm dinheiro, sejam eles famosos ou não. David Steward é o mais rico dos Estados Unidos, com US$11,4 bilhões. Ele é o fundador da World Wide Technology. Alexander Karp, CEO da Palantir Technologies, empresa de mineração de dados que trabalha com o FBI e o Departamento de Defesa, mais atrás, tem US$8,4 bilhões.
Além do jamaicano-canadense Michael Lee-Chin,outros empresários chamam atenção por conta da dupla cidadania, como o nigeriano-americano Adebayo Ogunlesi (2,2), CEO da Global Infrastructure Partnersl; o sudanês-britânico Mo Ibrahim (1,3), fundador da Celtel, pioneira em telefonia móvel na África e no Oriente Médio, e o haitiano-americano Herriot Tabuteau, o cérebro por trás da Axsome Therapeutics, empresa farmacêutica que vem revolucionando os tratamentos de transtornos mentais, com US$1,1 bilhão.
Atletas e artistas, mais timidamente, têm seu lugar entre os bilionários. Michael Jordan, referência em investimento e branding esportivo, ocupa o 7º lugar na lista dos negros com dinheiro, com US$ 3,5 bilhões. Magic Johnson, com menos dinheiro, US$1,5 bilhão, é dono de participações em times e empresas, mas o grosso de sua fortuna vem da Equi Trust, gigante dos seguros. E LeBron James, mais “humilde”, é o primeiro atleta bilionário ainda em atividade, com US$1,3 bilhão.
Da área de entretenimento, os destaques são para Tiger Woods, que criou seu próprio estúdio cinematográfico, com US$1,4 bilhão, e Jay-Z, primeiro bilionário do rap, com US$2,5 bilhões.
Fechando a lista, mais dois africanos – um da África do Sul e outro do Zimbabwe. O sul-africano Patrice Motsep é o primeiro negro africano a aparecer em uma lista da revista americana Forbes, de negócios e economia, que é a fonte desta nota. Representando o Zimbabwe, Strive Masiyiwa (1,3), fundador da Econet, que fornece conectividade para milhões em seu país.
Essas 23 pessoas negras representam 0,8% dos bilionários do mundo
São 23 mentes brilhantes que estão na lista dos donos do dinheiro. Juntos, somam US$ 96,2 bilhões, em um universo branco de mais de 3 mil pessoas que têm concentrados em suas mãos o valor recorde de US$16,1 trilhões.
Os números entre parênteses, ao longo do texto, também se referem aos bilhões de dólares das pessoas negras com dinheiro.
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Brasil da desigualdade salarial
Mesmo sendo maioria no setor, as mulheres negras seguem em desvantagem tanto nos rendimentos quanto na ocupação de cargos melhor remunerados quando o assunto é trabalho doméstico.
As trabalhadoras domésticas negras receberam, em média, 86% do salário das brancas entre 2012 e 2022 – uma diferença que só faz se agravar. Antes, o rendimento médio das profissionais negras era de R$ 503,23 contra R$ 576,00, das profissionais brancas. Passados dez anos, mulheres negras receberam R$ 978,35 e as brancas, R$ 1.184,57.
O levantamento, baseado na PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, aponta, ainda, que mulheres negras, com frequência, são encaminhadas para a funções como faxina e lavanderia, enquanto cargos como governanta – que pagam mais – são ocupados majoritariamente por brancas, mesmo nos casos em que trabalhadoras negras são mais qualificadas.
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A primeira empreendedora negra
Ser baiana do acarajé é profissão ancestral, trabalho concedido pelos orixás às mulheres – acarajé é comida de santo, oferenda a Xango e Iansã. A história da especialidade se integra à luta da mulher negra, do povo preto, por liberdade, e faz parte da trajetória das primeiras empreendedoras do Brasil.
Até o final do século XIX, com seus bolinhos de feijão-fradinho fritos em azeite de dendê – de sabor único, recheado com camarão, cebola e outros temperos –, estas empreendedoras dos tempos da escravização, assumiram a luta para comprar a liberdade roubada dos negros. Decretada a abolição, financiaram terreiros de candomblé.
As baianas do acarajé eram “escravas de ganho”, trabalhavam nas ruas para garantir o sustento de suas senhoras. Elas vendiam de tudo – de mingaus a peixes fritos, de acarajés a bolos -, como no comércio ambulante de produtos comestíveis que praticavam na África.
A diferença é que, em África, tal prática conferia a elas autonomia em relação aos homens e, muitas vezes, o papel de provedoras de suas famílias, enquanto, no Brasil, tinham que lucrar para as “sinhás”.
Mas não faltaram estratégias para se fazer multiplicar o dinheiro dos quitutes. Vendendo nas ruas, as baianas do acarajé vão além da “prestação de serviços às patroas”. Elas se tornam fundamentais na constituição de laços comunitários entre os escravizados urbanos e também na criação de irmandades religiosas e terreiros do candomblé.
Vendendo acarajé, elas conseguem erguer casas de santo, cumprir obrigações religiosas, comprar cartas de alforria, trabalhar pela liberdade.
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Negros de ganho, os primeiros grevistas da história
A primeira greve geral da economia urbana no Brasil acontece no ano de 1857 e é protagonizada por “negros de ganho”, também chamados ganhadores. Eles trabalhavam como carregadores, eram fundamentais na engrenagem da cidade e paralisaram o transporte na capital baiana por dez dias.
Esses trabalhadores libertos, livres e escravizados (os últimos trabalhavam para seus senhores), todos africanos ou descendentes, se organizavam em grupos e percorriam a cidade fazendo todo tipo de serviço: transportavam pessoas em cadeiras de arruar; carregavam móveis, objetos, todo tipo de mercadoria; vendiam quitutes e comida na movimentada Salvador da época.
A Câmara Municipal de Salvador queria cobrar impostos de todos os carregadores e obrigá-los a usar uma placa de identificação pendurada no pescoço.
Mas os negros, que já viviam dia e noite sob a vigilância e a violência das autoridades, não queriam pagar impostos e, muito menos, macular com uma plaquinha o corpo sagrado, onde ostentavam suas guias, com as bênçãos dos orixás.
O regime escravocrata ainda era lei no Brasil. Mesmo assim são os negros – libertos e nascidos livres – que assinam, o primeiro movimento de caráter social da história do Brasil.
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LAB Fantasma
O negócio da Laboratório Fantasma, a empresa afro empreendedora , fundada pelos irmãos e artistas Evandro Fioti e Emicida, tem como fio condutor a música, a cultura do movimento Hip Hop, e é um case de sucesso pelo fato de a trajetória da família por trás do empreendimento ser a exceção da exceção do que ocorre com as famílias negras na história do Brasil.
De acordo com especialistas, a marca possui os três ingredientes de marcas fortes e valiosas: significância (grau de conexão emocional), diferenciação (o quanto se destaca pelas particularidades) e saliência (disponibilidade mental, ou top of mind).
“Acima de tudo, o Laboratório Fantasma é um coletivo de amantes de arte urbana, fãs de hip hop que optaram por aplicar em suas vidas a seguinte frase de Confúcio: ‘Escolha um trabalho que você ama e não terá que trabalhar um dia na vida’. Sob essa filosofia, canalizamos nosso amor e conhecimento com a intenção de dar o melhor para ver a história sendo feita e obviamente fazendo parte dela.”
(está escrito no “quem somos” do site)
Nas nossas palavras, a LAB é uma empresa pioneira, inovadora, revolucionária, que nasce na periferia da cidade mais rica do Brasil, São Paulo, com o propósito de gerar impacto positivo na sociedade. Uma empresa que pensa e contrata uma maioria de pessoas pretas – mais de 50% dos colaboradores são negros; 53,6% são mulheres e 25% pertencem à comunidade LGBTQIAPN+.
Criada em 2009, como coletivo Na Humilde Crew, começa vendendo, de mão em mão, camisetas produzidas artesanalmente, e chega em 2025 com uma empresa bem-sucedida, que atua como gravadora, editora, produtora, estúdio, presente no mercado de videogames e nas plataformas de streaming. Ligada à moda, a marcas e licenciamentos, sem abrir mão de seu “espaço natural”, o palco.
No mercado musical, a LAB já lançou 750 fonogramas, teve 500 obras editadas e quase 1 bilhão de visualizações em produções audiovisuais.
Mas o foco, segundo a companhia, ainda é a representação e valorização de vozes historicamente silenciadas dentro da cultura hip hop e do mercado criativo.
Passo a passo – No começo, camisetas artesanais. Depois, mixtapes, videoclipes, eventos, turnês… Tudo no esquema “faça você mesmo”.
Passados alguns anos e muitos eventos produzidos pelo Brasil, em 2013, a LAB Fantasma idealiza seu primeiro grande show: Cidadania nas Ruas e leva 30 mil pessoas ao Parque Ibirapuera, na capital paulista, para ver Caetano Veloso, Tom Zé, Baby do Brasil, Tulipa Ruiz, Marcia Castro, Emicida, Rael, Ellen Oléria e Flora Matos.
No ano seguinte, inclui no “cardápio”, turnês pelo exterior e a edição do Festival Ubuntu, com Boogarins, Féfé, Akua Naru, Céu, Rael e Emicida.
2015 marca a entrada da empresa no mundo digital – com o lançamento do trabalho do cantor Chico César, Estado de Poesia – e a venda de shows de artistas internacionais.
Do palco às passarelas, em 2016, a LAB faz história ao levar para a São Paulo Fashion Week uma coleção inspirada na figura de Yasuke, o samurai negro e um casting com mais de 90% de modelos pretos. A moda LAB é conhecida no mercado de streetwear, com vendas em plataformas online, revendas multimarcas e em shows…
Em outubro de 2019 acontece o lançamento do projeto AmarELO – É tudo para ontem, com álbum de Emicida, lançado em todas as plataformas de áudio, que vira show, videoclipe, programa de televisão, série no YouTube, podcast, imagens e textos pelas redes sociais e, em dezembro de 2020, documentário, um experimento transmídia, de resgate da história da cultura e dos movimentos negros no Brasil nos últimos cem anos.
Ao completar 15 anos, os irmãos decidem reestruturar a empresa e ampliam a participação de lideranças femininas na diretoria.
Leandro e Evandro – mais conhecidos como Emicida e Fioti – são as estrelas originais deste negócio de família preta. Leandro Roque de Oliveira se torna Emicida nas batalhas de rap de São Paulo. E ganha fama de “matador” de MC’s por conta de seu raciocínio rápido para rimar e improvisar.
Sua primeira mixtape, de 2009 – Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, até que Eu Cheguei Longe… – , produção caseira, vende mais de 3 mil cópias no primeiro mês. Aí, o embrião da LAB Fantasma, com os dois irmãos vendendo, a dois reais, nas ruas de Sampa, o trabalho do rapper.
Evandro Aparecido Ferreira, o Fioti, fica responsável por agenciar e gerenciar a carreira do irmão desde o início, além da carreira de outros artistas. Mas ele também é músico, produtor, compositor, diretor artístico e empresário.
E é esta a história que vale a pena ser contada, de uma empresa que defende valores como ancestralidade, equidade, pluralidade, representatividade, coletividade e sustentabilidade. Uma empresa que adota uma política de inclusão priorizando parcerias e contratações de grupos identitários e diversos.
Fontes: Laboratório Fantasma, Sonoridade Underground, Glamour, Uol, Movimento Black Money, Culturtadoria
Elaborada em abril de 2025
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Escrever, para mim, é um ato político. Não por acaso, desde os 11 anos, queria ser Jornalista. Depois de muitos anos somei ao jornalismo a Educomunicação, com especialização em Gênero e Sexualidade. Idealizadora do primeirosnegros.com, cresço, dia a dia, gestando edições, artigos, pensares. Em essência, sou alguém que busca conexões espirituais, vivências…Leitora voraz, amante da escrita própria e da escrita alheia, louca por palavras e seus significados mais profundos. Assim estou na vida, gota, escorrendo livre pelos caminhos.
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