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•EDIÇÃO•

As que vieram antes, para além do gênero

Julho das Pretas 2024

As que vieram antes, para além do gênero (Imagem: Reprodução)

Nesta edição Julho das Pretas 2024 celebramos as mulheres pioneiras que vieram antes, que já consideramos ancestrais, e lutaram e lutam por nós, povo afrodescendente. Nos inspiramos, mais uma vez – foi assim no ano passado – na mestra quilombola Sonia Abiké, a quem reverenciamos, por sua fala, sem mordaça, no começo do ano, em um evento no Rio Grande do Sul,  “De feminista a mulherista”. Fazemos nossas as suas palavras no editorial do mês.

O EDITORIAL

Ecoando a fala da mestra Sonia Abiké, trazemos nesta edição, ainda, algumas das várias faces do movimento organizado por negras e negros pelo resgate da nossa humanidade e da nossa liberdade:

Há muito que ler sobre as “anônimas”, na base da nossa luta, que nasceram antes do golpe do 13 de maio de 1888,  e “não-anônimas” que ocuparam espaços “proibidos” para corpos negros, como Antonieta de Barros, no Brasil, a primeira com mandato popular e na presidência de uma assembleia legislativa, e a filósofa Sueli Carneiro, que cria uma organização política de mulheres que dá cara nova à luta antirracista, o Geledés – Instituto da Mulher Negra, que acolhe o povo negro para além do gênero.

Na defesa de nossa espiritualidade, nossa gratidão às baianas do acarajé, primeiras empreendedoras do Brasil e guardiãs dos terreiros, Mãe Menininha do Gantois, a ialorixás das ialorixás.

Além de outras mulheres pioneiras que vieram antes e fizeram pelo nosso povo, como as Eunice’s – a “Madrinha Eunice,  primeira mulher presidenta de escola de samba, a Lavapés, de São Paulo, e Eunice Prudente, primeira e única professora negra na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo;  Tia Ciata, matriarca do samba carioca, e  Joana Guimarães, primeira reitora de uma universidade federal do Brasil.

Da realeza africana, em sequestro no Brasil, reverenciamos:

Observem, nesta edição, só mulheristas africana que, diferentes das feministas, vão além do próprio umbigo por compreenderem que a nossa luta por liberdade, pelo direito à vida, é mais que uma questão de gênero. A luta da mulher africana escravizada sempre foi pela derrubada de todos os grilhões, não importando quais corpos estavam presos a eles.

Assistam o vídeo Mulherismo Africana no canal do Primeiros Negros no YouTube.