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Cientistas Negras, Pioneiras do Espaço

Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson são as mulheres negras, donas dos cérebros que colocaram os Estados Unidos em grande vantagem na corrida espacial e garantiram um dos grandes feitos do Comitê Nacional para Aconselhamento sobre Aeronáutica (NACA), que se tornou a agência espacial norte-americana, NASA. As três mulheres negras fizeram história ao tornar possível a ida de um norte-americano ao espaço e orbitando ao redor da Terra. Isso em 1962.

John Glenn ficou famoso pelo feito, mas passados 55 nos, essa história será contada do ponto de vista das cientistas negras no filme ‘Estrelas Além do Tempo’, que estreia no Brasil dia 2 de fevereiro.

Katherine, Dorothy e Mary Jackson faziam parte de uma equipe apelidada de “computadores humanos”, que calculava manualmente equações necessárias para que as viagens espaciais acontecessem.

Computadores humanos

Dorothy Johnson Vaughan, matemática respeitada, foi a primeira mulher negra a ser promovida chefe de departamento na Nasa, posto que ocupou de 1949 a 1958. De Kansas City, Missouri, nasceu em 20 de setembro de 1910. Se formou em matemática aos 19 anos na Universidade de Wilberforce, e trabalhou como professora antes de entrar para o NACA, agência antecessora da Nasa, em 1943.

A Ordem Executiva 8802, de 1941, assinada pelo então presidente dos EUA Franklin Roosevelt, proibia a discriminação racial na indústria de defesa nos Estados Unidos, o que permitiu a contratação de negros para os órgãos federais, sem discriminação de cor, ao menos no papel. Foi esta ordem que possibilitou a contratação de dezenas de profissionais negros para agências como a NACA.

Apesar da 8802, a agência tinha normas que separavam funcionários negros e brancos, oferecia banheiros e refeitórios diferenciados, bem como salários – maiores para mulheres brancas e homens. Vivia-se um período de grande segregação racial, que só acabou oficialmente em 1964, com a Lei dos Direitos Civis.

Uma vez contratada, Dorothy foi designada para uma área segregada da instalação, com mulheres negras com formação em matemática, que trabalhavam como computadores humanos, cujos cálculos foram usados em projetos espaciais e de aviação.

Depois de passar quase 10 anos como gerente, Dorothy percebeu que a chegada de computadores eletrônicos representaria desemprego para as mulheres que trabalhavam como “computadores humanos”. Decidiu aprender programação e ensinou as colegas.

Dorothy Vaughan se aposentou da NASA em 1971 e faleceu em 10 de novembro de 2008.

“Chame a garota”

Katherine Coleman Goble Johnson é a única das três que ainda está viva, com 98 anos. De West Virginia, nasceu em  26 de agosto de 1918 e se formou com 14 anos. Aos 18 anos, conquistou seu diploma em matemática e francês na universidade de West Virginia State.

Em 1953, começou a trabalhar no Naca, tendo de conviver com a segregação racial no ambiente de trabalho e o salário menor que o de mulheres brancas e homens.

Seu trabalho de maior prestígio foi calcular a missão que fez o astronauta John Glenn orbitar a Terra. Glenn, inclusive, se recusou a viajar até que ela checasse os números do trajeto, que tinham sido alinhados por computadores.

“Chame a garota, verifique os números. Se ela disser que eles estão bons, eu estou pronto para ir”, disse Glenn, antes de embarcar. As contas duraram três dias, de acordo com o diretor do filme ‘Estrelas Além do Tempo’, Theodore Melfi.

O brilhantismo de Katherine também foi importante para calcular a trajetória do voo do Apolo 11, foguete que levou homens à Lua pela primeira vez em 1969.

Em 2015, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, entregou nas mãos de Katherine a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil dos Estados Unidos.

Primeira engenheira negra da Nasa

Mary Winston Jackson nasceu em 9 de abril de 1921, em Hampton, Virgínia, onde cresceu e, como suas colegas, tinha as notas mais altas da escola. Completou sua educação ao se formar no Hampton Institute em matemática e física. Após a graduação, deu aulas em Maryland antes de entrar no setor segregado da NACA, em 1951, com Dorothy Vaughan.

Depois de dois anos na área de computação, recebeu uma oferta para trabalhar com túnel de vento supersônico, onde conseguiu experiência prática na realização de experimentos na instalação e integrou um treinamento que a promovia de matemática para engenheira.

Os estagiários precisavam fazer um curso de pós-graduação em matemática e física administrados pela Universidade da Virgínia. Como as aulas eram segregadas, Mary precisou de permissão especial para acompanhar as aulas e se juntar aos seus colegas brancos. Ela completou o curso, ganhou uma promoção e, em 1958, tornou-se a primeira engenheira negra da Nasa.

Mary Jackson trabalhou 34 anos na NACA e morreu em 11 de fevereiro de 2005, em Hampton, Virgínia.

O filme

Em ‘Estrelas Além do Tempo’, do diretor Theodore Melfi, que também assina o roteiro junto com Allison Schroeder, as cientistas Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson são vividas pelas atrizes Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monae. O filme se baseia no livro “Hidden Figures”, de Margot Lee Shetterly, e tem a trilha sonora assinada por Pharrel Williams.

Sinopse: 1961. No auge da corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria, ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros, uma equipe de cientistas da NASA, formada exclusivamente por mulheres afroamericanas, prova ser o elemento crucial que faltava na equação para a vitória dos Estados Unidos, liderando uma das maiores operações tecnológicas registradas na história americana, tornando-se heroínas da nação.

O filme foi lançado em 25 de dezembro de 2016 nos Estados Unidos e estreia no Brasil em 2 de fevereiro.

Fonte: Wikipedia, Uol e Adoro Cinema

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