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Michelle Obama, primeira dama negra afro-americana

Michelle Obama cresceu no South Side, a área negra no sul de Chicago, em um apartamento pequeno. A família de quatro pessoas vivia apertada no apartamento de dois quartos. Seu pai, Frazer Robinson, funcionário da prefeitura, trabalhou a vida toda apesar de sofrer de esclerose múltipla.

Marian, sua mãe, era secretária e cuidava das crianças. Michelle não foi a primeira de sua classe, mas conseguiu admissão na Universidade de Princeton em 1981 – menos por força dos programas de “ação afirmativa” discriminação positiva do que por o seu irmão, Craig, ter se tornado um dos astros na equipe de basquete da universidade, ela supõe.

A tese de sociologia que defendeu tratava da divisão racial – a maneira pela qual os estudantes negros incorporavam “a estrutura social e cultural branca” ao longo de seus anos de estudos, perdendo a identificação com sua comunidade de origem. Seu texto revela um ceticismo, uma quase amargura, diametralmente opostos à sensação que Barack Obama desperta. A conclusão do trabalho era a de que seu diploma na universidade permitiria que ela se instalasse “na periferia da sociedade”, da qual “jamais viria a ser participante plena”.

O  encontro

Depois de Princeton, Michelle estudou Direito na Universidade Harvard. De lá, ela percorreu um caminho comum para a elite “branca” e se tornou advogada em um dos grandes escritórios de Chicago, no qual estava encarregada de casos de propriedade intelectual. Nada de muito estimulante até o dia, em 1989, em que seu chefe a encarregou de cuidar de um estagiário recém-chegado de Harvard, um tal Barack Obama.

Barack Obama não tinha elos firmes na cidade. Suas referências eram os distantes Havaí e Indonésia. Ele não havia conhecido a geração que lutou contra a segregação racial. Michelle permitiu que ele deitasse raízes sólidas no South Side.

Michelle trabalhou também para a prefeitura de Chicago e para o hospital universitário da cidade, do qual, até o início da campanha eleitoral, era vice-presidente encarregada de relacionamento com a comunidade.

A família

Como primeira dama, Michelle assume um papel histórico na sociedade norte-americana. Pela primeira vez,  o olhar, a  perspectiva, é de  uma família negra que se opõe aos estereótipos: eles são muito disciplinados. As crianças são a prioridade do casal e a educação é levada muito a sério.

Como Obama, Michelle ressalta a improbabilidade de sua história: “Sou uma singularidade estatística – uma mulher negra do South Side… Não deveria estar onde estou“, diz.

Michelle assume o poder, ao lado de seu marido, como a primeira dama mais jovem desde Jacqueline Kennedy, aos 44 anos de idade.

Minha Vida

Em seu livro Minha HistóriaMichelle conta, em mais de 400 páginas, conta – com  certeza -, quase tudo que viveu desde que veio ao mundo. Seus sonhos, crenças, valores, desafios internos para mergulhar em um mundo que não fazia parte dos seus sonhos.

Em um primeiro momento, a vida de Michelle pode parecer um conto de fadas, com direito a príncipe e castelo. Mas sua escrita nos leva a palmilhar, com ela, a estrada da vida real.  Chegar à Casa Branca, ser a mulher do homem mais importante do planeta, não a protegeu nem do machismo nem do racismo nem da misoginia . Não a protegeu da dor.

No livro, no entanto, o mais forte é o aprendizado:

Na página 287, ela escreve: “É mais difícil odiar alguém de perto , nos chamando a ocupar todos os espaços, interagir mais, sendo quem somos.

E lembra, na página 418, que “todos nós vimos de uma história de invisibilidade, tataranetas de pessoas escravizadas” e  que “temos que nos tornar visíveis”.

“Há poder em se fazer conhecer e ouvir, em ter sua própria história, em usar sua voz autêntica”.

Inspire-se também com as histórias de Angela Davis, Laélia Alcântara e Leci Brandão. Mulheres negras pioneiras na política!

Fontes:

Verbete sobre Michelle Obama na Wikipédia

Biografia de Michelle Obama – Ebiografia

1 comentário em “Michelle Obama, primeira dama negra afro-americana”

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