O que este artigo responde:
Qual a primeira capital do Brasil?
Qual a primeira cidade do Brasil a investir no afroturismo?
Onde aconteceu a primeira greve urbana do Brasil?
O que não se pode deixar de fazer em Salvador?
O que fazer em Salvador?
Qual a capital afro do Brasil?
Salvador: o passado de presente para o futuro.
Salvador, na Bahia, a primeira capital do país, referência no resistir e no re-existir negro é a primeira cidade do Brasil a investir no afroturismo nacional e internacional, com o lançamento do guia “Descubra a Salvador Capital Afro”. A ideia é valorizar as manifestações culturais, o potencial criativo, a força das tradições e o incentivo ao black money.
A ideia é sair do lugar comum e mostrar uma cidade protagonizada pelos próprios habitantes, reconectando os turistas com a ancestralidade africana, para além dos passeios tradicionais.
Salvador foi o palco da primeira greve geral da economia urbana no Brasil, no ano de 1857, protagonizada por negros de ganho, também chamados ganhadores, que trabalhavam como carregadores e eram fundamentais na engrenagem da cidade. Eles paralisaram o transporte na capital baiana por dez dias.
Constam do guia:
A visita ao terreiro Vodun Kwe To Zo, uma aula de história sobre o candomblé da nação jeje, com direito a hospedagem e etnogastronomia afro-soteropolitana. A experiência espiritual pode, ainda, ser complementada com as Vivências de Fé na Terra Santa dos Alagados.
A Experiência Griô reconta a História do Brasil sob o olhar do povo preto e o engajamento nos diversos eventos políticos, como a Independência do Brasil de 2 de julho de 1823, quando as tropas portuguesas finalmente expulsas do território nacional.
No artigo Felicidade Guerreira, a luta por liberdade que começa na senzala e invade as ruas de Salvador.
A Rota Afro Congo-Bahia que une saberes, contato com a natureza e experiências sensoriais. O caminho começa na Pedra de Xangô, símbolo sagrado e tombado em 2017 como Patrimônio Cultural da cidade, passa pela sede do Afoxé Filhos do Congo, com roda de capoeira, entre outras ações.
O Caminho de Ogun, com caminhada pelas ruas do Centro Histórico, inclui os atrativos turísticos tradicionais, como Elevador Lacerda, Memorial das Baianas do Acarajé, Largo do Pelourinho, Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, entre outros.
Roteiro próprio
Nossas tecnologias ancestrais, em Salvador, incluem ainda uma imersão nos blocos afros – Dida, a primeira banda de mulheres que tocam tambor; Ilê Ayiê, o bloco afro pioneiro que recupera a potência da cultura africana aos olhos dos brasileiros, e o bloco Olodum, nossa primeira escola de tambores, projeto referência nacional e internacional de educação numa perspectiva de valorização da pluralidade cultural.
Vale – para uma imersão mais profunda no nosso existir – a leitura dos artigos da edição Na batida do tambor, entre o”sagrado” e o “profano”, que aborda vários aspectos da cultura africana, a conexão com o divino em nós. Somos sagrados porque sagrado é o nosso autoconhecimento, sagrada é a nossa essência. Em nós, nada é profano, a não ser as religiões que profanaram o nosso existir, “abençoando” a escravização negra.
Fonte: Portal Geledés
Abril 2023