Olá! Hoje vamos falar sobre uma figura histórica incrível: Quintino de Lacerda, também conhecido como Tintino. Ele não foi apenas o primeiro vereador negro de Santos, mas também uma peça chave na luta abolicionista e um líder quilombola respeitado. Nascido escravo, Tintino superou inúmeras barreiras para se tornar uma das vozes mais influentes na política de Santos no final do século XIX. Vamos mergulhar na vida desse pioneiro que usou sua posição para lutar pela igualdade e justiça.
A história do quilombola Quintino de Lacerda, chefe do segundo maior quilombo do Brasil, o Jabaquara, em Santos, é bem diferente. Terceiro vereador mais votado da cidade em 1895, precisou da Justiça de São Paulo para tomar posse e, de quebra, além do pioneirismo de ser o primeiro vereador, é o primeiro presidente negro da Câmara Municipal. E, pasmem, o racismo é que o colocou na cadeira mais importante do legislativo local!
Tintino, como era conhecido, o primeiro líder político negro de Santos, figura central nos movimentos sociais e debates políticos, nasceu escravo, em Itabaiana, Sergipe, em 8 de junho de 1839.
Alforriado pelo abolicionista Lacerda Franco, oito anos após ter sido comprado, trabalhou como inspetor de quarteirão, administrador da Limpeza Pública Municipal, cozinheiro, político…
Santos não era uma cidade racista. Incentivou a luta abolicionista, antecipou a libertação dos escravos. Acolheu por muito tempo mais de 10 mil escravizados fugidos do interior paulista e elegeu Tintino, o terceiro vereador mais votado.
Da urna à posse
Sua vitória, entretanto, revelou a outra face da cidade – os setores racistas não queriam dar-lhe posse.
Ele teve de recorrer à Justiça várias vezes. E na batalha judicial, venceu. Conhecia a lei o suficiente para defender seus direitos.
Prevendo o resultado a favor do líder abolicionista, o presidente da Câmara, Manoel Mario Tourinho, renunciou ao mandato, sendo seguido pelo vereador Alberto Veiga.
O novo presidente, José André do Sacramento Macuco, teve de dar posse ao negro – garantida graças a um Acórdão do Tribunal de São Paulo. Só que foi demais para ele – renunciou, em seguida, declarando-se “enojado”.
A Câmara teve de suspender as atividades, por mais de uma semana, para preencher os cargos vagos, tão grave a situação ficou. E quando voltou a funcionar, o próprio Tintino estava na presidência.
Cassação
Sua passagem pela Câmara Municipal de Santos é marcada pela sessão ordinária de 10 de junho de 1895. Nela, Tintino propõe a cassação do mandato do jornalista Olímpio Lima por faltar às sessões sem dar justificativa. Sua proposta – baseada na Lei Eleitoral 16 – é aprovada por unanimidade.
O vereador cassado – fundador do jornal A Tribuna do Povo, à época, e hoje jornal A Tribuna – havia abandonado a Câmara Municipal em sinal de protesto.
O jornalista contestava a capacidade do ex-escravo e líder quilombola para exercer a função, por ser analfabeto.
Na verdade, Quintino, durante os oito anos que foi escravo, estudou os rudimentos da leitura e da escrita com as filhas de seu senhor.
Quintino tomou posse como o vereador em 9 de julho de 1895 e terminou seu mandato em 7 de janeiro de 1896. Morreu dois anos depois, em 10 de agosto de 1898, de ataque cardíaco, viúvo e deixando três filhos.
Nasce um líder
O Quilombo do Jabaquara, criado em 1882, foi o ponto de partida para a trajetória política de Quintino de Lacerda. É o abolicionista Lacerda Franco, seu antigo dono, quem o indica para chefiar o refúgio dos fugitivos. O que faz espetacularmente.
O local era organizado, inexpugnável.
Quando da festa do 13 de maio, Quintino é o centro das atenções. Nos oito dias de comemoração acontecem comícios, passeatas, música, dança e até uma homenagem, e que é presenteado com um relógio de ouro, reconhecendo-o como o mais popular abolicionista de Santos.
E ele se serviu de sua popularidade.
Em 1891, atua ativamente na greve contra os trabalhadores portuários imigrantes grevistas, organizando e chefiando as chamadas “turmas de homens de cor”.
Dois anos depois, em outra frente de batalha, é condecorado major honorário do exército brasileiro, por sua atuação durante a Revolta da Armada, assumindo o controle do porto de Santos, para defender o então presidente da República, Floriano Peixoto.
Na memória
Desde 1953, Quintino empresta seu nome a uma das ruas no Jabaquara, na cidade de Santos. E, em 2004, o bairro ganhou um busto de seu líder também.
Uma lei de 1962 instituiu o 13 de maio como o seu dia. E seu nome, desde 2000, é ostentado em medalha entregue a pessoas reconhecidas por seu trabalho em defesa da integração racial, da solidariedade e da fraternidade.
No final de 2018, sua foto na galeria dos presidentes da Câmara Municipal foi substituída pela gravura que consta nos livros de história. Até então, permanecia uma imagem colorida, uma caricatura.
Quintino de Lacerda simboliza a resistência do povo negro.
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Fontes:
https://www.novomilenio.inf.br/santos/poli1895b.htm
http://www.camarasantos.sp.gov.br/
https://www.facebook.com/CentroCulturalEscolaDeBambas/posts/247584285406961/
http://memoriasantista.com.br/?p=4969
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quintino_de_Lacerda
Quintino de Lacerda: O Legado do Primeiro Vereador Negro de Santos
Quintino de Lacerda, nascido em 1839 em Sergipe, foi alforriado pelo abolicionista Lacerda Franco e se mudou para Santos, onde se tornou uma figura central na luta pela abolição da escravatura. Como chefe do quilombo Jabaquara, ele liderou um dos maiores refúgios para escravizados fugitivos no Brasil. Em 1895, foi eleito o terceiro vereador mais votado de Santos, mas enfrentou forte resistência racista para assumir seu cargo. Após uma batalha judicial, não só tomou posse como vereador, mas também se tornou o primeiro presidente negro da Câmara Municipal de Santos. Sua trajetória é marcada pela luta contra o racismo e pela promoção da igualdade e da justiça social.
Quem foi Quintino de Lacerda? Quintino de Lacerda foi o primeiro vereador negro de Santos, líder do quilombo Jabaquara, e uma figura proeminente na luta abolicionista no Brasil.
Qual foi a contribuição de Quintino de Lacerda para a política brasileira? Sua eleição como vereador em 1895 e subsequente presidência da Câmara Municipal de Santos representaram um marco na inclusão política dos negros no Brasil, desafiando o racismo e promovendo a igualdade.
Como Quintino de Lacerda enfrentou o racismo na política? Ele enfrentou resistência e racismo dos setores conservadores de Santos, precisando recorrer à Justiça para assumir seu cargo de vereador, o que culminou em sua eleição como presidente da Câmara Municipal.
Qual foi o papel de Quintino de Lacerda no movimento abolicionista? Como líder do quilombo Jabaquara, ele proporcionou refúgio e apoio a mais de 10 mil escravizados fugitivos, além de atuar ativamente na luta pela abolição da escravatura em Santos.
Qual é o legado de Quintino de Lacerda? O legado de Quintino de Lacerda inclui sua contribuição significativa para a abolição da escravatura, a luta contra o racismo, e a promoção da representatividade negra na política brasileira, inspirando gerações futuras a continuar a luta por igualdade e justiça social.
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Muito bom eu n conhevia parabens aos editores bom dia
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