A frase icônica da ativista e filósofa afro-americana  Angela Davis vale nos quatro cantos do mundo que se esforça, ‘em massa’, para que tudo se movimente, funcione, desde que esta mesma mulher negra mantenha-se oculta, na escuridão, invisível.

Homens brancos, homens negros, mulheres brancas – todos e todas querem da  mulher negra a ‘sutileza’ da não existência. E na indústria da música não é diferente. 

Imaginar que em uma das maiores escolas de samba de São Paulo, a Vai-Vai, só em 2017, uma mulher, Grazzi Brasil, comandou a agremiação levando o samba-enredo na avenida, mostra as muralhas que, dia a dia, as mulheres têm de destruir!

No Rio de Janeiro, as pioneiras neste mesmo ambiente são Elza Soares, de microfone em punho na passarela do samba, e Leci Brandão e Dona Ivone Lara integrando a ala de compositores de suas respectivas escolas, Mangueira e Império Serrano.

Sharylaine fez história com o pioneirismo no rap –  a primeira em Sampa, a capital paulista, sétima cidade mais populosa do mundo. Foi ela quem montou o primeiro grupo formado só por seres humanos do sexo feminino, em 1986, o “Rap Girl’s. E MC Soffia colhe seus frutos,

Na outra América, Billie Holiday, Etta Barnett, Camilla Williams e Jennifer Hudson ocuparam espaços proibidos com seus corpos: