•EDIÇÃO•

PN Retrô 2022

– dezembro de 2022 –

Nosso foco é o pioneirismo negro. Então, nem tudo do mundo negro aparece no nosso espaço, mas nesta retrô, como não celebrar:

Os filmes Marighela, com Seu Jorge, e Medida Provisória, com a estreia de Lázaro Ramos, um pioneiro, como diretor, recebendo o prêmio de Homem do Ano 2022 na categoria Cinema, da GQ Brasil, em 3 de novembro.
Flavia Oliveira e Isabela, mãe e filha, jornalistas, no podcast Angu de Grilo no Spotify, conversando e educando sobre questões fundamentais para o povo preto, feminino, que quer uma sociedade mais equânime, igualitária, melhor.
O primeirosnegros.com sendo notícia no Brasil de Fato e no Jornal O Dia, do Rio de Janeiro.
A título de registro de nossa história, vale contar que nossa estreia na mídia, como site, acontece na Macuco, uma rede multiplataforma de notícias, entrevistas e histórias da vida cotidiana, um mês depois que deixamos de ser blog, em outubro de 2019, e nas rádios com o programa Lucila Fora da Curva, do Aristocrata Clube, em 2021.
Voltando a 2022, também, pela primeira vez, participamos de um evento como primeirosnegros.com, abordando a questão racial como estratégia de negócio, inclusão e transformação de quem somos.

Sim, eu-zinha, a editora, participei do 10º Festival do Clube de Criação, nos dias 22 de 23 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo, dando o tom na roda de conversa no painel “Letramento Racial – desconstruindo comportamentos naturalizados”.
Qual a importância disso? O Clube de Criação reúne pessoas, profissionais, que criam e produzem publicidade, incluindo os mais destacados da propaganda brasileira. Quer dizer, gente de um mercado que sempre invisibilizou o povo negro sob o argumento de que não somos consumidores.
O artigo É preto ou negro? É Letramento Racial conta sobre o que conversamos, indo muito além das expressões racistas que devem ser banidas do vocabulário de todos, todas, todes. Aproveitamos para chamar atenção para a responsabilidade de quem inventou e, até hoje, desfruta do racismo estrutural e da urgência de atitudes antirracistas que se reflitam em políticas de inclusão qualificada do povo negro no mercado de trabalho.
A publicidade tem um papel importante a desempenhar na luta negra por igualdade e equidade. E sua ação é de reparação, como expressei em entrevista antes do evento:

“Brigamos muito para que tivesse pelo menos uma pessoa preta em cada anúncio. E, ainda hoje, apenas se cumpre a lei (…) Representatividade importa, e temos de nos fazer visíveis. Só teremos avançado quando um anúncio só com pessoas negras deixar de ser notícia. Afinal, somos a maioria da população.”

Entre as melhores edições do ano, incluímos os artigos que bombaram na pesquisa Google (o nosso forte), as que mais amamos construir e os pioneirismos que transformaram o nosso existir.

Eu, particularmente, amei escrever sobre o filme Corra, a partir do olhar da acadêmica negra e portuguesa Grada Kilomba. Enlouqueci com a riqueza da edição LGBTQIAP+ Negro, a história de Grace Jones e de ativistas do meio do século passado.

Me realizei construindo a edição baiana Na Batida do Tambor – entre o Sagrado e o Profano, mergulhando no “existir” do instrumento, seu simbolismo, sua presença nos blocos afro, que surgem no meio da Ditadura Militar e são símbolos de cultura, resistência negra e liberdade, espaços reais, permanentes, de referência negra. De lá também , a primeira banda de mulheres que tocam tambor. Sem falar da nossa espiritualidade escancarada no nosso segundo ano como acervo ancestral.

Conceber a edição Excelência Negra foi potente demais. São muitos os nossos desafios, mas celebrar nossas conquistas que derrubam toda e qualquer tese que arrisque questionar nossa humanidade, inteligência e capacidade de superação fortalece demais. Somos mais que admiráveis!

Dos nossos projetos de resgate de poder, destaque para a Edição Aberta Eleições Negras 2022, em construção de novembro de 2021 a novembro de 2022, com 40 artigos, além da campanha no Twitter, em especial, pelo voto preto.

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Todos os anos, novembro, o mês da Consciência Negra merece uma atenção especial de nossa equipe e na edição deste ano elegemos o Movimento Negro nas Américas e montamos uma linha do tempo para contar da nossa capacidade de mobilização. Um material incrível como ponto de partida para uma pesquisa maior ou mesmo para atividades em sala de aula.

Por falar nisso, a curadoria Primeiros Negros Educação também cresceu em 2022, mas a novidade destaque guardamos para 2023.

Nossa jornada tem sido interessante, única, talvez. Nas redes sociais – Twitter, Instagram e Facebook – ainda somos pequenos. A nossa pegada é orgânica e já atingimos a marca de 23.000 usuários em um único mês, com leitores e pesquisadores no Brasil inteiro e de alguns lugares do continente africano e dos Estados Unidos.

Nossa existência, entretanto, registrando pioneirismos negros do passado e do presente, em pleno século XXI, conta da dívida da sociedade brasileira com a nossa gente.

E confirma a percepção da morosidade com que nosso viver é percebido a inclusão, bem vinda, das cores preto e marrom no arco-íris do movimento LGBTQIAP+, em novembro de 2022.

Na bandeira renovada, o rosa, o azul e o branco representam a comunidade trans; o amarelo com o círculo roxo, a comunidade intersexo, e o preto e o marrom, a luta antirracista.

Seguimos em luta!

Tania Regina Pinto

JANEIRO

06 /01/ 2022: Morre Sidney Poitier
20 /01/ 2022: Morre Elza Soares
29/01/ 2022: Há 100 anos, em 1922, o conjunto “Os Oito Batutas” embarca para turné em Paris. Entre eles, Pixinguinha, um dos batutas da arte moderna, o primeiro maestro arranjador contratado por uma gravadora no país.

Elza Soares, sagrada e profana

Primeiros Negros

Elza Soares, sagrada e profana – Elza Soares Elza Soares (Arte: Candido Vinícius sobre foto de Rodolfo Magalhães) Primeira pessoa, singular, celebra o seu viver,

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