Eleições negras

Somos a maioria da população como pretos e pretas – raça e gênero. Se hoje vivemos o caos político, a responsabilidade é nossa – seja por omissão, distração, erro de avaliação.

Na democracia vale a decisão do povo, a nossa decisão. Presidente da República, deputado, senador, governador, prefeito, vereador só chegam ao topo se nós os conduzimos até lá.

É urgente tomarmos consciência de nosso poder, nossa força, nossa cidadania. Se queremos políticas públicas, ações afirmativas, distribuição de renda, inclusão temos de eleger pessoas que tenham estes mesmos anseios e garantir que possam governar e legislar para nós.

Uma pessoa, um voto – a regra é simples. Daqui um ano, iremos às urnas novamente e já é tempo de nos prepararmos para o ato de votar, compreendendo-o como atitude cidadã: regularize seu título eleitoral, estimule familiares, amigos, a fazerem o mesmo, os jovens entre 16 e 18 anos e os idosos, com mais de 80, para que todos votem em quem os representa.

Política é coisa séria, mas só se quisermos, se exigirmos, se nos propusermos a assumir o protagonismo negro, conscientes também de nossa diversidade. O que nos une é a negritude, somos todos vítimas do racismo estrutural e, por inconsciência, muitas vezes, nos fazemos de “algozes” sem perceber que, mesmo nessa posição, permanecemos vítimas.

Respeito é tudo. Voto é tudo. Cidadania, ética. Vamos nos cuidar.

O dinheiro do governo é dinheiro público. Dinheiro público é do povo e para o povo. Não existe caridade, bondade de governante. É inaceitável que poucos retenham o que é de todos.